CMV e a incúria da Cultura

É este o aspecto do São Francisco que se alcandora a meia parede na muralha medieval da porta Afonsina da cidade de Viseu, pela Rua do Arco. Estamos perante um monumento nacional, um ex-libris da cidade, uma evidente incúria, uma triste negligência e uma inexistente manutenção deste património, assim como de outros do concelho de […]

  • 10:23 | Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 2014
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É este o aspecto do São Francisco que se alcandora a meia parede na muralha medieval da porta Afonsina da cidade de Viseu, pela Rua do Arco.
Estamos perante um monumento nacional, um ex-libris da cidade, uma evidente incúria, uma triste negligência e uma inexistente manutenção deste património, assim como de outros do concelho de Viseu.
Aqui, nem é preciso gastar dinheiro. Basta ter sensibilidade e amar Viseu, com actos, que não com palavras.
Basta mandar um funcionário com uma escada, ou aquela camioneta com grua elevatória que fazia as podas das árvores no quintal da casa de Fernando Ruas (as fotos estão à disposição…), para numa hora, limpar, cuidar, assear uma das entradas mais vetustas da nossa cidade.
Qualquer vereação da Cultura é capaz de dar essa ordem.
E depois, por exemplo, aproveitar o “élan” – a tal força anímica que nos impele para à frente – e passar pelo Jardim das Mães, quase à porta da Câmara Municipal de Viseu e mandar lavar aquela tão bela estátua onde os pombos fazem “estrago”, da autoria de José de Oliveira Ferreira e por ele tão generosamente doada à cidade de Viseu.
Cuidem da estátua de Viriato, da autoria de Mariano Benliure, de espada torta e guerreiros de adaga quebrada, dada a um desleixo inqualificável.
É também uma questão de asseio, de civilidade, uma questão de mostrar a quem nos visita que somos pessoas que cuidamos do nosso património, respeitamos a nossa História, honramos a nossa memória e que fazemos jus ao chavão “Viseu é de 1ª água”.
A vereação da Cultura, menorizada por este e pelo anterior executivo, como ” pelourozinho” da autarquia, não deve servir apenas para fazer figura de corpo presente nas cerimónias oficiais. Uma sugestão: dêem uma voltinha pelo concelho, sirvam-se de um guia culturalmente sólido e vejam o desprezo, o abandono a que está votado muito do património viseense. Outra sugestão…  têm tantas equipas de jardineiros para cuidar das aprimoradas rotundas da cidade, porque não destacam uma equipa, com a formação adequada para não estragar, e a colocam a fazer a manutenção de tantas destas referências da nossa identidade.
Amem Viseu, mas provem-no com actos e deixem-se de rodriguinhos e jogos florais.

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Publicado em Editorial