2020 para a História e sem saudades

E em contraponto, cada ano se vê por aí mais gente pior, mais tartufa, traidora, refalsada, corrupta, agamelada. E desta gentinha, alcateia de fariseus e corifeus pontificando por aí, tudo há a esperar…

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  • 10:05 | Quarta-feira, 30 de Dezembro de 2020
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2020 ficará nos anais como o ano da “peste”, da pandemia, do Covid 19 a recordar a pneumónica ou gripe espanhola de há um século, que vitimou mais de 60 mil portugueses.

Mais de cem anos depois, cedo é para falar em números definitivos. Vale-nos a evolução da ciência e assiste-nos a dádiva do conhecimento. A vacina chegou. Que seja eficaz e bem vinda…

Já todos vimos, ouvimos e lemos dezenas de balanços feitos a quanto se passou por esse mundo e por este nosso país fora. Quem morreu, quais as polémicas, os cataclismos, as catástrofes, os êxitos e os insucessos, a mulher do ano, o homem do ano, o maior desportista e o pior, o pior político e o melhor, etc.


E nas nossas vidas pessoais, atrevemo-nos a fazer o deve e o haver do feito e do que ficou por fazer? Das venturas e desventuras? Da harmonia e do conflito? Das divergências e das convergências? Do alcançado e do inalcançado? Dos afectos e dos ódios? …

Provavelmente haverá invejáveis pessoas cuja vida decorre num tranquilo e inalterado fluir, sem alterações de monta, ano após ano. Abençoadas…

Cá pelos meus lados, cada ano é uma constante luta, com permanentes mudanças, objectivos distintos, estratégias novas para os alcançar, inconformismo, recusa do establishment, não aceitação de facilitismos, novas polémicas, pouca paz de espírito e sonho, muito sonho.

Talvez esta última ideia seja a mais agradável. A de ainda manter a capacidade de sonhar. Sonhar com gente melhor, menos hipócritas, pessoas leais, sérias, honestas, capazes de errar mas não buscando o erro do oportunismo facilitador, desassombrados e críticos…

E em contraponto, cada ano se vê por aí mais gente pior, mais tartufa, traidora, refalsada, corrupta, agamelada.
E desta gentinha, alcateia de fariseus e corifeus pontificando por aí, tudo há a esperar…

O meu 2020 foi, ainda assim e limitado pelas circunstâncias sanitárias, pródigo em acção, em movimento e em decisão. Ganhei mais amigos e mais inimigos. Estreitei laços com companheiros sinceros e deslacei-me dos insinceros. Penso, com algumas dúvidas sempre possíveis, que nesta minha anónima e humilde existência, fiz o que devia. Não estou de mal comigo e isso basta-me. Também não menti, não roubei, não matei. Num mundo de mendazes loroteiros que fazem da falácia enxada, já é uma quase ousadia. Esta aurea mediocritas de uma carteira leve feita, também não me trouxe inquietações… Ainda não me rendi como muitos patranheiros por aí pululantes.

E para 2021? Já tracei algumas metas.

De certo, tenho a persistência desta Rua Direita, cada vez com mais leitores, logo, com mais responsabilidade. Daqui os saúdo e lhes agradeço. Também agradeço e muito aos colaboradores, entendendo até aqueles que se vão afastando… por vicissitudes várias.

Tenho Aquilino para continuar a estudar, a divulgar, a transmitir como exemplo de uma vida coesa e coerente, de luta pela liberdade e de genialidade enquanto Escritor. Acrescento-lhe Abel Botelho…

Tirar muitas fotografias e aperfeiçoar-me nesta difícil e criativa arte.

Fazer duas ou três viagens, permanentemente adiadas.

E mais duas ou três ideias que não cabem, por ora, aqui…

Desejo ainda gerir e gerar afectos com quantos mos merecem e reforçá-los com aqueles que nunca os desmereceram. Ser mais selectivo nas minhas relações e mais “bicho” na minha parca sociabilidade.

Assim a saúde não me falte, a memória não me fuja, o ânimo não me abandone e a persistência me assista.

Para todos Vós desejo as possíveis Venturas, a Saúde ideal, a Prosperidade necessária, a Crítica contumaz e… a capacidade/competência de dizer não aos trauliteiros que por aí vão a juncar os carreirais.

Um forte Abraço, meus Amigos! E um excelente 2021!

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