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Ondina Freixo
O termo res publica – coisa do povo – foi criado pelos romanos para traduzir a palavra grega politeia que significa uma comunidade política correctamente organizada onde os interesses públicos prevalecem sobre os interesses exclusivamente particulares.
O respeito pela coisa pública é um dos valores que tento incutir nas minhas filhas, nos meus alunos, nos meus sobrinhos e que que nunca deixo de exaltar em todas as circunstâncias.
Quando em Setembro começa um novo ano lectivo e recebo alunos novos, ocupo sempre algum tempo a mostrar-lhes a importância do respeito pela coisa pública.
Falho-lhes da história do índio Sioux que ao lhe ser feita a proposta de vender as terras onde vivia com a sua tribo, o velho sábio respondeu com o conhecimento milenar que lhe foi transmitido: que não poderia vender aquilo que não era seu, argumentando, que a terra não nos pertence, apenas a pedimos emprestada aos nossos filhos.
Aproveito este exemplo para mostrar aos meus alunos que o que existe na escola, não nos pertence, apenas o pedimos aos que vêm a seguir e que por isso temos que respeitar o mobiliário das salas, os livros da biblioteca, os materiais da sala de convívio, as casas de banho e o refeitório, porque os que vieram depois de nós têm o direito de encontrar tudo, no mínimo como nos foi passado.
Claro que não tenho a veleidade de acreditar que esta mensagem passa a todos aqueles que a ouvem, mas se passar a um é bom a dois será óptimo e se três a apreender e a colocarem em prática será excelente. Gerir e tratar a coisa pública com rectidão e honestidade deve ser apanágio de todos e de cada um de nós…
Ondina Freixo
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