Tempo e dinheiro

Depois deste estudo e de algumas reflexões entendo melhor o valor do tempo na busca da sabedoria utilizada por determinados grupos como os monges e os eremitas e percebo, mas não aceito, que quem tem como objectivo principal de vida ter dinheiro, muito dinheiro, mais tarde ou mais cedo pode cair na tentação do dinheiro fácil, das vigarices e da corrupção.

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  • 15:25 | Sexta-feira, 04 de Julho de 2025
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Sempre ouvi dizer que tempo é dinheiro, encerrando esta afirmação a ideia que quem ocupa o seu tempo a realizar tarefas, estas acabam por mais cedo ou mais tarde trazer rendimento, que eventualmente pode ser traduzido em dinheiro.

Estudos recentes levados a cabo por um grupo de cientistas, cujos resultados foram publicados na revista cientifica Psychological Science, mostrou que pensar em dinheiro aumenta a possibilidade das pessoas se comportarem de modo desonesto e fraudulento.

Neste estudo, os autores submeteram centenas de voluntários a experiências em que tinham determinadas tarefas como a resolução de enigmas. Estas tarefas foram idealizadas de forma a que os intervenientes fossem induzidos a pensar em tempo, dinheiro ou em nenhum destes conceitos. Os resultados, embora interessantes, não me parecem de todo surpreendentes, senão vejamos:

Os participantes que eram levados a pensar em dinheiro, mentiam, saltavam etapas, alteravam resultados, davam mais soluções do que aquelas que existiam.


O grupo dos que pensavam no tempo, apresentava soluções mais acertadas, em menor número e mentia menos.

O grupo a quem tinham sido propostas as tarefas neutras situara-se entre os dois extremos.

A conclusão deste trabalho revelou que as pessoas que pensam em tempo mentem menos, realizam as tarefas com maior empenho e com mais calma porque o conceito de tempo leva as pessoas a reflectirem sobre a sua vida, o seu comportamento, os seus valores, a imagem que têm de si e dos outros, os valores éticos e morais, enquanto que os que pensavam em dinheiro levavam as pessoas a adoptarem comportamentos do tipo “vale tudo”.

Depois deste estudo e de algumas reflexões entendo melhor o valor do tempo na busca da sabedoria utilizada por determinados grupos como os monges e os eremitas e percebo, mas não aceito, que quem tem como objectivo principal de vida ter dinheiro, muito dinheiro, mais tarde ou mais cedo pode cair na tentação do dinheiro fácil, das vigarices e da corrupção.

Como refere Neil Fiore : na realidade, tempo é mais precioso que o dinheiro. É um recurso não renovável. Uma vez que você o gasta, e se você o usou mal, ele vai-se para sempre. Aproveite bem o tempo, que ele não dura sempre…

 

Ondina Freixo

(Foto PN)

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Publicado em Opinião