O general Pim Pam Pum

    Pim Pam Pum foi um suplemento infantil do célebre jornal “O Século”. Mas foi também o nome de um herói que habitava os meus sonhos de ganapo, nas histórias imaginadas e contadas por minha Mãe. Invencível, Pim Pam Pum combatia os tiranos e ajudava os pobres e os fracos. Usava ainda umas bolas […]

  • 14:02 | Sábado, 15 de Abril de 2017
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Pim Pam Pum foi um suplemento infantil do célebre jornal “O Século”. Mas foi também o nome de um herói que habitava os meus sonhos de ganapo, nas histórias imaginadas e contadas por minha Mãe.
Invencível, Pim Pam Pum combatia os tiranos e ajudava os pobres e os fracos. Usava ainda umas bolas letais que arremessava à figura dos opressores e dos ladrões e eram assim descritas em toadilha: “Pim Pam Pum, cada bola mata um!”
Hoje os generais Pins Pans Puns passaram-se para o outro lado da barricada e são homens tipo Donald Trump, Vladimir Putin, King Jong-un, Tayyip Erdoğan, e muitos outros, por esse globo fora…
Parecem garotos a ver quem micta mais longe enquanto jogam ténis com mísseis e fatais bombas, cada vez mais desmesuradamente potentes e destruidoras.
O Donald ataca, Putin talvez retalie. King está com o dedo no botão vermelho, e assim sucessivamente.
Tempos estranhos, nos quais os senhores do mundo e os senhores da guerra são os mesmos, empenhados não na construção da paz mas na radicalização da guerra. Mesmo que só seja para encher os cofres dos fabricantes de armamento que tanto contribuíram para as suas eleições e tanto dão para a sua permanência nestes lugares tão fatais.
Parecem crianças grandes a jogar em consolas vídeos de Star Wars, indiferentes ao apocalipse que são capazes de gerar. Crianças grandes com egos monstruosos, deformados e problemas de infância muito mal resolvidos.
As perguntas são:
Como é que o mundo, no século XXI, chegou ao ponto de eleger pelos votos ou pela ditadura “psicóticos” destes?
Porque esta escalada do mal?
Como chegam a chefes de Estado tais nacionais-populistas, que tendo abandonado o culto do Estado – como os fascistas – parecem aceitar o jogo democrático e apostam nos regionalismos, são ultraliberais nas economias, restauradores da autoridade e opostos aos multiculturalismos?
Curiosamente são os seus eleitores compostos pelos extremos: os indigentes que nada têm a perder e correm atrás de qualquer promessa e os arquimilionários tementes dos impostos e da justa redistribuição das riquezas…

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Publicado em Editorial