Hitler não esqueceu os “amigos”

“Os povos em busca de originalidade não existem; existem os funcionários da inteligência que julgam ir ao encontro das aspirações dos povos dando-lhes uma dimensão excepcional. Porém, o que acontece é uma evolução extremamente ritmada e na qual a única experiência desmedida é a guerra. A natureza profunda do homem ama essa experiência perturbadora, e […]

  • 15:52 | Sexta-feira, 29 de Novembro de 2019
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“Os povos em busca de originalidade não existem; existem os funcionários da inteligência que julgam ir ao encontro das aspirações dos povos dando-lhes uma dimensão excepcional. Porém, o que acontece é uma evolução extremamente ritmada e na qual a única experiência desmedida é a guerra. A natureza profunda do homem ama essa experiência perturbadora, e é para conservar a paz que não devemos ocultar, com falsos recursos espirituais, as primitivas tendências sempre prestes a manifestarem-se.”

Bessa-Luís, A. – Dicionário Imperfeito, Guimarães Editores, 2008.


Servindo-nos de um “guião” do grande escritor e jornalista uruguaio Eduardo Galeano, façamos um breve roteiro no presente enquanto alheados de um passado, no qual Adolf Hitler pontificou, breve mas eficazmente, para desgraça de milhões e fortuna de dezenas.

Condecorados por Hitler:

Henry Ford;

O presidente da IBM.

Parceiros de negócio:

Hugo Boss com roupas para o exército;

A editora e grupo de média alemão Bertelsmann;

Combustíveis Standard Oil;

Camiões e jipes Ford;

A Fundação Rockefeller financiadora de investigações raciais;

Deutsch Bank que financiou a construção do campo de concentração de Auschwitz;

O IG Farben, mais tarde Bayer, Basf ou Hoetsch utilizadores dos “operários escravos”, assim como a Krupp, Thyssen, Varta. Bosch, Daimler-Bnz, VW e Bmw;

A Coca Cola que inventou a Fanta para o mercado alemão;

Os bancos suíços que compravam a Hitler o ouro das vítimas, jóias e dentes;

Muitas mais empresas há e até avós de presidentes USA se envolveram com Hitler, que muito admiravam, como Joe Kennedy e Prescott Bush

Haverá sempre um pontual erro histórico na apreciação e juízo dos factos fora do contexto epocal em que sucederam e se desenrolaram. Como também o distanciamento temporal pode tirar “ruído” aos enfoques. Certo é que a guerra e a desgraça humana, lado a lado com o apocalipse planetário, sempre foram consolidadoras e geradoras de grandes impérios do capital.

Quase que é legítimo perguntar se os grandes grupos económicos não estarão por detrás das grandes convulsões bélicas nos 5 continentes… Mas isso só por mera hipótese académica.

Sobre todos estas envolvências e cumplicidades há História feita. Pena e lamentável é a sua fraca e discreta divulgação…

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