Viseu – PSD e PS em guerra aberta

Há quem sugira serem estes comunicados obra da própria estrutura do PSD e há ainda quem aposte em panfletos oriundos de outras candidaturas com o intuito de gerar animosidade e confusão entre os dois principais partidos candidatos à autarquia viseense, na óptica de “dividir para reinar”.

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  • 11:16 | Quinta-feira, 28 de Agosto de 2025
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A concelhia do PSD Viseu emitiu um lamentoso comunicado, a 26 deste mês, com o título:

PSD Viseu denuncia panfletos anónimos e apela à elevação democrática

Nele, entre outras considerações, lê-se:


O clima de pré-campanha eleitoral autárquico em Viseu começa a ficar marcado por práticas lamentáveis, com a circulação de panfletos anónimos e a proliferação de perfis falsos nas redes sociais.

É inadmissível que, passados quase 50 anos de democracia e liberdade em Portugal, ainda existam agentes políticos que se escondem atrás do anonimato para atacar adversários. Em política, não pode valer tudo.

Nos referidos panfletos que circulam na cidade, são feitas críticas ao atual Presidente da Câmara Municipal de Viseu, Fernando Ruas, e ao PSD, acompanhadas de mensagens de propaganda política coincidentes com os argumentos e posicionamentos públicos da candidatura do Partido Socialista e do seu candidato, João Azevedo.”

Daqui se podendo inferir a acusação de que os aludidos panfletos serão eventualmente obra da candidatura do PS local ou de seus simpatizantes.

No dia seguinte, a concelhia do PS reage indignada com um comunicado onde, entre outras observações, cabalmente refuta as acusações, referindo:

O Partido Socialista de Viseu vem, em nome da verdade e do respeito pelos Viseenses, responder ao comunicado divulgado pela Concelhia do PSD Viseu.

Em primeiro lugar, rejeitamos liminarmente as insinuações feitas pela Concelhia do PSD que procuram, de forma injusta e infundada, associar a candidatura do PS e do seu candidato João Azevedo a práticas de propaganda anónima e ataques pessoais.

O Partido Socialista pauta a sua intervenção política pela transparência, pela responsabilidade e pela frontalidade. Não precisamos, nem precisaremos de nos esconder atrás do anonimato para defender as nossas ideias.

É lamentável ver a Concelhia do PSD de Viseu recorrer, mais uma vez, a táticas antigas de tentar denegrir os adversários e lançar suspeições infundadas, em vez de se concentrar naquilo que realmente importa aos Viseenses. Esta forma de fazer política não honra a nossa democracia e subestima a inteligência de quem vive e trabalha em Viseu.

Sobre os factos, em Viseu, dividem-se as opiniões.

Há quem sugira serem estes comunicados obra da própria estrutura do PSD e há ainda quem aposte em panfletos oriundos de outras candidaturas com o intuito de gerar animosidade e confusão entre os dois principais partidos candidatos à autarquia viseense, na óptica de “dividir para reinar”.

Todas estas conjecturas não passam disso mesmo, mas são tão legitimadas, à falta de fundamentos irrefutáveis, como a acusação do PSD. Ou será que a estrutura concelhia deste partido está de posse de evidências não publicadas sustentatórias da acusação que faz?

Certo é que a imputação do PSD é grave e para ser levada a sério carece de ser liminarmente provada. Não o sendo, não havendo indubitáveis evidências da autoria dos ditos panfletos, o PSD envereda por uma via que pode ter o efeito de boomerang e, mais ainda, pode indiciar um inusitado “nervosismo” ou preocupação com os resultados eleitorais de Outubro.

Parafraseando a concelhia do PSD: “Em política, não pode valer tudo.”

Ou pode?

 

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