Universidade de Coimbra promove ciclo de “Conversas sobre a Europa”

As “Conversas sobre a Europa” partem assim da reflexão sobre estas diferentes utopias para problematizar o momento atual na construção europeia. “Na antevéspera de mais umas eleições europeias, este não podia ser um momento mais propício para a universidade pública promover um debate de forma plural sobre alguns dos grandes temas com que nos confrontamos”

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  • 14:47 | Sexta-feira, 01 de Março de 2024
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Entre 6 de março e 17 de abril, a Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC) promove, em parceria com o Centro de Estudos Sociais (CES), um ciclo de “Conversas sobre a Europa”. A iniciativa visa promover uma reflexão atual sobre a construção e aprofundamento do projeto europeu, num ano marcado por diversos desafios e por eleições para o Parlamento Europeu.

“Outra Europa é possível. É sobre este mote que lançamos este ciclo de conversas, em que partimos da constatação de que a construção de um projeto europeu que responda aos anseios e sonhos dos cidadãos permanece uma utopia”, refere a curadora da iniciativa, Licínia Simão, docente da FEUC e investigadora do CES. 

Segundo Licínia Simão, especialista em Relações Internacionais e Estudos Europeus, por um lado, está em causa “uma utopia que nos impele a construir um espaço de democracia, liberdade, prosperidade, solidariedade e respeito, que represente um caminho de inspiração para cada nova geração de europeus e para aqueles e aquelas que com ela interagem, através do aprofundamento da integração na União Europeia”. Mas, por outro lado, está também em causa “uma utopia que está longe de ser uma realidade para cada vez mais europeus, afastados da prosperidade económica por múltiplas e sucessivas crises e o agravamento das desigualdades, ou para muitos que sentem que a participação democrática e a governação nos variados níveis da vida pública na Europa estão hoje de costas voltadas, abrindo caminho para o medo e a incerteza”.

As “Conversas sobre a Europa” partem assim da reflexão sobre estas diferentes utopias para problematizar o momento atual na construção europeia. “Na antevéspera de mais umas eleições europeias, este não podia ser um momento mais propício para a universidade pública promover um debate de forma plural sobre alguns dos grandes temas com que nos confrontamos”, sublinha Licínia Simão.


O ciclo de conversas inicia-se na próxima quarta-feira, 6 de março, com Manuel Loff com o tema “A Europa faz-se de memória e futuro”. No dia 13 de março, a conversa será com Pedro Bacelar Vasconcelos sobre “A Europa faz-se de cidadania e justiça social”. A 10 de abril, segue-se Marisa Matias com uma conversa em torno do tema “A Europa faz-se de participação e resistência”. As “Conversas sobre a Europa” fecham com Francisco Sena Santos e o tema “A Europa faz-se de diversidade e igualdade”.

Todas as sessões decorrem a partir das 18h00, no auditório da FEUC, e têm entrada livre.

 

Notas biográficas dos convidados:

 

Manuel Loff é Doutor em História e Civilização pelo Instituto Universitário Europeu (Florença). É professor de História Contemporânea na Universidade do Porto e investigador no Instituto de História Contemporânea-NOVA/IN2PAST e no Centre d’Estudis sobre Dictadures i Democràcias (Universitat Autònoma de Barcelona) nas áreas da História política, ideológica e social do século XX, especialmente no estudo do fascismo e do neofascismo, das revoluções e dos processos de transição autoritária e democrática, e dos estudos da memória coletiva do antifascismo, do colonialismo, da ditadura e da Revolução portuguesas. Escreve no diário Público (Lisboa) desde 2011.

Pedro Bacelar Vasconcelos, nascido no Porto, é licenciado, Mestre e Doutor em Direito, na área das ciências jurídico-políticas, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. Foi deputado na Assembleia da República, eleito pelo Partido Socialista, e foi Presidente da Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias. A sua vasta atividade profissional inclui contributos para o Observatório Europeu do Racismo e Xenofobia (Viena), o Conselho Superior do Ministério Público, foi Diretor dos Assuntos Constitucionais e Eleitorais na Administração Transitória das Nações Unidas em Timor Leste, Consultor do Banco Mundial e do PNUD nos Programas de Apoio à Transição em Timor Leste – Justiça e Boa Governação, Conselheiro das Nações Unidas junto do Presidente da República de Timor Leste e Membro da Comissão de Veneza (Conselho da Europa). Foi ainda Presidente da Escola de Direito (2001/02), membro do Senado, Diretor do Departamento de Ciências Jurídicas Públicas, Diretor do Centro de Estudos de Direito e Diretor do Mestrado em Direitos Humanos da Universidade do Minho (2004/12). A sua atividade cívica levou-o a exercer diversas funções de relevo, de onde se destacam a coordenação nacional do programa da ONU – Aliança das Civilizações, a vice-Presidência da Convenção para a Carta dos Direitos Fundamentais da União Europeia, em representação do Primeiro-Ministro António Guterres, a função de Enviado Especial da União Europeia para o processo de transição política na República Democrática do Congo e a participação no Conselho Editorial do “Jornal de Notícias”, entre muitas outras.

Marisa Matias, socióloga e deputada no Parlamento Europeu, eleita em 2009 e reeleita em 2014 e 2019, onde integrou as Comissões de Indústria, Investigação e Energia e de Economia e Assuntos Financeiros. É a presidente da Delegação do Parlamento Europeu para as relações com os Países do Maxerreque. Foi candidata presidencial em 2016 e 2021 e é a atual cabeça de lista do Bloco de Esquerda pelo círculo eleitoral do Porto. É Investigadora do Centro de Estudos Sociais e é doutorada em sociologia pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. As suas áreas de interesse incluem as relações entre ambiente e saúde pública, ciência e conhecimentos e democracia e cidadania.

Francisco Sena Santos é jornalista e cronista na RTP-Antena1 e no Sapo24, com formação em medicina. É docente de Jornalismo Radiofónico na Escola Superior de Comunicação Social. Edita diariamente o programa “Um Dia No Mundo” e “A Escala Do Clima”. É membro do júri do Prémio de Jornalismo Direitos Humanos & Integração, da Comissão Nacional da UNESCO do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Foi agraciado, em 1995, com o Grande Prémio Gazeta e, no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de abril, é responsável, com a Raquel Mourão Lopes, pelo programa “#NãoPodias”, num trabalho conjunto entre a Antena 3 e a Comissão Comemorativa 50 anos 25 de Abril.

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