Uma em cada 10 mulheres sofre de endometriose e muitas só são diagnosticadas quando não conseguem engravidar

Cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo sofrem de endometriose. De acordo com médica ginecologista, a endometriose consiste na presença do tecido que reveste o útero por dentro (endométrio) fora da sua localização habitual.

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  • 17:49 | Quarta-feira, 23 de Fevereiro de 2022
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A endometriose não é uma doença fácil de diagnosticar e pode hipotecar o sonho da maternidade, uma vez que atinge uma em cada 10 mulheres em idade reprodutiva.

No Mês Mundial de Consciencialização para a Endometriose, que se assinala em Março, a Dra. Catarina Marques, ginecologista da Clínica IVI Lisboa alerta para uma doença cujo diagnóstico chega a demorar 11 anos. “Uma década é muito tempo. Esta doença pode ser silenciosa, o que atrasa o diagnóstico, mas também pode causar muita dor. Esta dor não pode ser desvalorizada”, acrescenta a especialista.

Cerca de 176 milhões de mulheres em todo o mundo sofrem de endometriose. De acordo com médica ginecologista, a endometriose consiste na presença do tecido que reveste o útero por dentro (endométrio) fora da sua localização habitual.


Os focos de endometriose encontram-se mais frequentemente nos ovários, nas trompas, nos ligamentos que sustentam o útero e no revestimento da cavidade pélvica ou abdominal. Os principais sintomas são a dor menstrual (dismenorreia), dor na relação sexual (dispareunia), dor ao evacuar (disquezia) e dor ao urinar (disúria). No entanto, há outras dores associadas como a abdominal ou torácica e cada doente apresenta sintomas e níveis muito distintos de dor.

“A endometriose tem um impacto muito significativo na vida das mulheres. Ao causar dores intensas, por vezes incapacitantes, diminui a qualidade de vida, interfere com a vida sexual e pode causar infertilidade”, explica.

 

 

De acordo com a médica, o diagnóstico de suspeita pode ser estabelecido com base na clínica e visualização ecográfica de quistos e/ou nódulos de endometriose. No entanto, sublinha que a confirmação é feita através da visualização direta das lesões, através de laparoscopia.

35% DAS MULHERES INFÉRTEIS TÊM ENDOMETRIOSE

Embora não haja cura para a endometriose, existem tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida da mulher, prevenir a eventual progressão da doença, preservar a sua fertilidade e/ou ajudar na concretização do projeto reprodutivo. A fertilização in vitro é um tratamento apropriado para a infertilidade associada à endometriose (cerca de 35% das mulheres inférteis têm endometriose) quando outras técnicas mais básicas fracassam. A gestação em muitos casos proporciona a melhoria da clínica da endometriose, embora temporária. Regra geral, a cirurgia está indicada para os casos de endometriose mais graves e consiste na recessão das lesões endometriais nas suas diferentes localizações e restabelecimento da anatomia pélvica.

ENDOMETRIOSE: TRÊS PERGUNTAS E RESPOSTAS

Esta doença causa sempre dor?

Há casos em que pode ser assintomática, o que pode atrasar ainda mais o diagnóstico. No entanto, também pode causar dores intensas. Nestes casos, deve ser procurada ajuda médica para despistar esta ou outras doenças. Quando não tratada, a endometriose pode evoluir, dificultando a gravidez. Cerca de 35% das mulheres inférteis podem ter endometriose. E das mulheres com endometriose, 40% podem sofrer de infertilidade. Daí a importância do diagnóstico precoce.

A endometriose é hereditária ou pode causar cancro?

Não está comprovado, mas existem estudos que apontam para a existência de uma maior probabilidade de a mulher ter endometriose quando há casos na família. A doença é benigna e é muito raro tornar-se numa condição maligna.

Há cura para a endometriose?

Não há cura para a endometriose, mas existem tratamentos que podem melhorar a qualidade de vida da mulher, prevenir a eventual progressão da doença, preservar a sua fertilidade e/ou ajudar na concretização do projeto reprodutivo. A cirurgia só está indicada para os casos mais graves. Durante a gravidez há um alívio dos sintomas, mas, na maioria dos casos, estes voltam após o parto.

 

Sobre o IVI – RMANJ

O IVI nasceu em Espanha, no ano de 1990, como a primeira instituição médica especializada integralmente em Reprodução Humana. Desde então, já ajudou mais de 200.000 crianças a nascer, graças à aplicação das mais recentes tecnologias. No início de 2017, o IVI fundiu-se com a RMA, tornando-se o maior grupo de reprodução assistida do mundo. Atualmente, possui mais de 65 clínicas em 9 países e é líder em medicina reprodutiva. www.ivi.ptwww.rmanetwork.com.

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