Um quarto de século de CinEco em livro

Neste livro, o autor Mário Branquinho relata-nos, na primeira pessoa, o historial do Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela – CineEco. Escrito durante a Pandemia, esta obra baseia-se na experiência vivida pelo fundador, sustentada numa pesquisa feita pelos documentos dos arquivos municipais e do próprio CineEco.

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  • 10:44 | Quarta-feira, 02 de Fevereiro de 2022
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O legado retrospetivo e documental de mais de 25 anos de CineEco está agora imortalizado no livro da autoria de Mário Jorge Branquinho, fundador e principal impulsionador de um dos mais referenciados festivais de cinema ambiental do mundo. “Cinema Ambiental em Portugal – Filmes do mundo, em 25 anos de CineEco, Seia, 1995-2020” será oficialmente apresentado no dia 12 de fevereiro, às 21h30 no Cineteatro da Casa Municipal da Cultura de Seia, cidade-berço deste festival de resistência.

Neste livro, o autor Mário Branquinho relata-nos, na primeira pessoa, o historial do Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra da Estrela – CineEco. Escrito durante a Pandemia, esta obra baseia-se na experiência vivida pelo fundador, sustentada numa pesquisa feita pelos documentos dos arquivos municipais e do próprio CineEco.

O livro faz justiça à história do festival, uma narrativa marcada por momentos inolvidáveis, atos de coragem e resistência, por histórias emotivas, por pessoas que marcaram a trajetória do CineEco, pelos testemunhos de personalidades do mundo do cinema, das artes, da cultura, investigadores, cientistas e pensadores. “Senti que era uma obrigação partilhar estas memórias e convidar os leitores a partirem numa viagem pelo passado deste Festival de resistência, que surgiu em 1995 não por modas ou tendências, mas por sabermos que era premente abordarmos a questão ambiental através de uma linguagem tão nobre, como é a sétima arte, o cinema”, sustenta Mário Branquinho. “Estava longe de imaginar que volvidos 25 anos, o CineEco fosse considerado um Festival de referência a nível internacional, um veículo fundamental na Educação Ambiental em Portugal, com a urgência climática a assumir a agenda da atualidade”, concretiza o autor.

O festival, que já ultrapassou um quarto de século fazendo da cinematografia documental uma importante ferramenta de promoção de valores ambientais, tem agora a sua longa história retratada num livro que aborda também o estado do cinema ambiental em Portugal e as dinâmicas desenvolvidas ao longo dos anos em Seia, cidade do interior do país que continua a resistir no panorama cultural nacional.


“Cinema Ambiental em Portugal – Filmes do mundo, em 25 anos de CineEco, Seia, 1995-2020” conta com o prefácio de Fátima Alves, professora associada da Universidade Aberta, Investigadora do Centro de Ecologia Funcional, Ciência para as Pessoas e para o Planeta, da Universidade de Coimbra. A obra é editada pelo Município de Seia e pela Associação de Arte e Imagem de Seia e conta com o apoio da Direção Geral do Ambiente; ICA – Instituto de Cinema e Audiovisual; Lipor; Câmara Municipal de Lisboa – Capital Verde Europeia; Ciência Viva; e Turistrela.

 

 

Excertos Prefácio, da autoria de Fátima Alves

“A obra apresenta a narrativa e a vivência do próprio autor enquanto co-produtor de um movimento socio-cultural ímpar e reconhecido no panorama nacional e internacional. Mário Branquinho apresenta-nos assim e de forma sistemática e fiel, edição a edição, o já longo legado do CineEco. É notável o percurso de 25 anos do CineEco, só possível pela sua dedicação e trabalho contínuo de luta pela manutenção e promoção deste festival. Subjacente à criação deste festival internacional de cinema ambiental confluem múltiplos fatores.  Por um lado, expressa a vontade de agir em torno dos problemas socio-ecológicos globais inadiáveis e por outro lado, a vontade de dar voz à situação vivida nos territórios do interior do país, a partir de uma cidade, como tantas outras, assolada pelo êxodo rural, pelo despovoamento e pelo abandono. Movido pela emergência do agir, e num registo pessoal e emocional, Mário Jorge Branquinho mostra-nos na sua obra como esta pequena cidade de Seia assume um papel central no debate da crise ambiental, evidenciando o papel que as artes em geral e o cinema em particular podem e devem desempenhar, e simultaneamente dá voz às preocupações sociais, culturais e ambientais locais. É por isso uma obra necessária e incontornável”.

“(…)Os 25 anos de CineEco proporcionaram e continuarão a proporcionar a aproximação dos públicos às diversas questões ecológicas centrais para a contemporaneidade, sejam a redução da biodiversidade, o aquecimento global e as alterações climáticas, a sustentabilidade alimentar, a escassez de água, as migrações climáticas, a desertificação, a desflorestação, a pobreza e as desigualdades sociais, entre tantos outros, e a sua apropriação através das ligações emocionais que desencadeia, facilitando o processo de tomada de consciência dos problemas em evidencia e de mudança/luta pela sua transformação. Esta obra é por isso um instrumento único, histórico, mas também um instrumento social e político que urge potenciar no futuro imediato, pelas possibilidades de diálogo que abre para repensar e construir futuros socio-ecológicos mais sustentáveis.”

 

Sobre o autor, Mário Jorge Branquinho

Mário Branquinho é Licenciado em Ciências Sociais, possui o Mestrado em Animação Artística. Técnico Superior do Município de Seia, responsável e programador da Casa Municipal da Cultura de Seia, coordenador do Seia Jazz & Blues, Diretor e fundador do CineEco e membro da Direção da GFN Green Film Network, com sede na Áustria.

Autor dos livros de escrita criativa como “Sentido Figurado”, (1996); “O Mundo dos Apartes”, (2002) e “Estranhos Dias à Janela” (2015).

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