Os debates

Fala-se pela rama do crescimento económico, dos impostos, do SNS, como o diabo a fugir da cruz. Sobre as razões de estarmos na cauda da Europa, nem uma palavra. A palavra da vergonha, da incompetência e do compadrio, o tripé que sustenta o nosso atraso, a tenaz que estrangula o nosso desenvolvimento.

  • 12:08 | Terça-feira, 11 de Janeiro de 2022
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Pelo que se vê nos debates, e a procissão já vai a meio, estamos como há 47 anos atrás. Nada de inovador.

As lamechices, os passa-culpas, as promessas que todos sabem ser inconcretizáveis, o descaramento na justificação dos incumprimentos, os ouvidos moucos ao que não convém, as mentiras sobre os números, as desculpas infantis para as falhas cometidas, as responsabilidades solteiras, é todo um cortejo penoso de prestações doentias, que entram no domínio do patológico.

Néscio é quem ainda se dá ao trabalho de ouvir estas picaretas falantes que debitam um rol de medidas, sem se comprometerem com a medida e o tempo da sua execução.

Fazendo um exercício comparativo, mudou a TV a preto e branco, os fatos, as caras dos protagonistas e alguns temas que a sociedade e a Europa trouxeram para a agenda. No mais, o mesmo de sempre.


Fala-se pela rama do crescimento económico, dos impostos, do SNS, como o diabo a fugir da cruz. Sobre as razões de estarmos na cauda da Europa, nem uma palavra. A palavra da vergonha, da incompetência e do compadrio, o tripé que sustenta o nosso atraso, a tenaz que estrangula o nosso desenvolvimento.

Esta gente, no campo político, é irritantemente irresponsável, arrogantemente inimputável.

 

(Foto DR)

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