Indústria Cerâmica apresenta Roteiro para a Neutralidade Carbónica até 2050

Com forte orientação para os mercados externos, a indústria cerâmica nacional enfrenta o desafio de manter a sua relevância económica enquanto pretende reduzir drasticamente as suas emissões. O Roteiro agora divulgado pretende ser uma bússola para essa transição, apostando na inovação, na cooperação e na qualificação dos recursos humanos, como alicerces de um setor mais limpo, moderno e resiliente.

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  • 15:48 | Quinta-feira, 29 de Maio de 2025
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O Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro (CTCV) e a APICER – Associação Portuguesa das Indústrias de Cerâmica e de Cristalaria, apresentaram hoje, no evento final do projeto CeramicLowCO2, o Roteiro para a Neutralidade Carbónica da Indústria Cerâmica até 2050.

Este documento estratégico traça um plano de ação claro para a descarbonização de um dos setores industriais mais relevantes e tradicionais da economia portuguesa.

O painel de apresentação do roteiro, que contou com a intervenção de Inês Rondão, responsável pela área de Inovação & Desenvolvimento e Marisa Almeida, responsável pela área de Ambiente e Sustentabilidade, do CTCV, reuniu mais de 25 especialistas nacionais e internacionais e marcou a conclusão de um processo alargado de diagnóstico, consulta técnica e capacitação do setor.


O Roteiro propõe caminhos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, alinhando-se com os compromissos europeus e nacionais em matéria de ação climática.

Entre os principais eixos da estratégia apresentada, destacam-se a modernização dos processos produtivos para maior eficiência energética, a substituição progressiva dos combustíveis fósseis por gases renováveis como o biometano e o hidrogénio verde, a eletrificação de equipamentos industriais, e a integração de fontes de energia renovável.

O Roteiro promove ainda a valorização da biomassa, o ecodesign, a adoção de práticas de economia circular, a aplicação de tecnologias digitais, como gémeos digitais, inteligência artificial e análise de dados em tempo real, bem como a capacitação das pessoas como acelerador da descarbonização.

Em processos onde a substituição direta não é viável, o plano prevê a adoção de tecnologias de captura, armazenamento e utilização de dióxido de carbono (CCUS), processo que requer mais investimento e investigação, dado que as soluções existentes e aplicadas noutros setores, não respondem a este setor em particular.

O documento inclui uma análise de custos e benefícios das várias soluções propostas, tendo em conta fatores como o preço da eletricidade renovável, a disponibilidade de tecnologias, o mercado de carbono e os incentivos previstos. Aponta também os investimentos necessários para que as empresas do setor, maioritariamente pequenas e médias, possam implementar as medidas em tempo útil.

Acreditamos que o roteiro apresentado hoje é o resultado de um esforço conjunto e multidisciplinar, do CTCV, da APICER e de vários especialistas e representa um compromisso real com a sustentabilidade e a competitividade da cerâmica portuguesa”, afirmou Inês Rondão durante o evento.

Com forte orientação para os mercados externos, a indústria cerâmica nacional enfrenta o desafio de manter a sua relevância económica enquanto pretende reduzir drasticamente as suas emissões. O Roteiro agora divulgado pretende ser uma bússola para essa transição, apostando na inovação, na cooperação e na qualificação dos recursos humanos, como alicerces de um setor mais limpo, moderno e resiliente.

A sessão contou ainda com a presença de representantes de entidades nacionais, como a comissão nacional de acompanhamento do PRR, o IAPMEI, e representação europeia, com a presença do eurodeputado João Cotrim Figueiredo, e a associação representante da indústria espanhola, ASCER, que apresentaram as politicas públicas europeias e nacionais para apoiar a descarbonização da indústria.

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