O Governo galego anunciou a criação, no próximo ano, de uma nova categoria para reconhecer rotas culturais de interesse regional associadas ao Caminho de Santiago, contando-se entre o grupo inicial o Caminho Cultural de Santiago da Geira e dos Arrieiros, que começa em Braga.

“São percursos que ligam a história, tradição e património, e especialmente importantes para difundir a cultura e identidade por toda a região”, salientou López Campos, na terça-feira, dia 23, após uma reunião com representantes de municípios galegos.
O responsável do governo regional da Galiza explicou que esta medida responde às solicitações “dos municípios, associações e entidades que, nos últimos anos, têm realizado um extenso trabalho de documentação para divulgar rotas únicas”.
Assim, a criação desta categoria pretende destacar os itinerários que promovem e difundem a cultura, o desenvolvimento sustentável e a coesão social em diferentes regiões, especialmente nas áreas em risco de exclusão cultural devido às suas condições geográficas e sociais.
Além do Caminho Cultural de Santiago da Geira e dos Arrieiros (CGA), estão também listados os itinerários de São Rosendo (Santo Tirso), Minhoto Ribeiro (Braga), Muxía via Brandomil, Mariñán, Muros-Noia, do Mar e do Künig.
Entre estes, o CGA é de longe o itinerário mais procurado pelos peregrinos com 757 compostelas atribuídas este ano. Em oito anos, estima-se que tenha sido percorrido por pelo menos 7.634 pessoas, 3.176 das quais receberam o documento que comprova a chegada à capital da Galiza pelos meios tradicionais.
Esta nova categoria será formalizada através de um decreto que estabelecerá as medidas específicas para a proteção, promoção e apoio, garantindo que estes percursos recebem “uma atenção especial por parte das administrações públicas no planeamento de programas culturais, na atribuição de subsídios e na conceção de iniciativas que valorizem a sua importância”.

O Caminho da Geira tem 239 quilómetros, começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras de Bouro e Melgaço, entrando na Galiza pela Portela do Homem.
Foi apresentado em 2017, em Ribadavia (Galiza) e em Braga, reconhecido pela Igreja em 2019, e referido em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021).
O percurso destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira, a via do género mais bem conservada do antigo Império Romano do Ocidente, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos poucos que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.
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