Estudantes estrangeiros no ensino superior revelam crescimentos expressivos, com universidades públicas a representarem 59%

No que diz respeito à distribuição dos estudantes por tipo de ensino, verifica-se um aumento de estudantes estrangeiros no ensino politécnico português de +137% de 2014/15 para 2020/21. Ainda assim, este representa 29% em comparação com o segmento universitário (71%), que também cresceu +56% neste período.

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  • 10:39 | Terça-feira, 30 de Novembro de 2021
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Universities Portugal revela estudo sobre representatividade dos estudantes estrangeiros no país

Principais conclusões:

· No contexto europeu, Portugal ocupa uma posição de destaque ao nível de alunos estrageiros provenientes da América Central e do Sul (44%) e de África (30%), no total do contexto nacional.


· O número de estudantes estrangeiros em Portugal tem vindo a aumentar progressivamente e quase duplicou de 2011/2012 para 2020/2021. O ano letivo de 2020/2021 sofreu uma quebra de -10% face ao anterior devido aos impactos da pandemia, com a redução circunscrita aos estudantes em regime de mobilidade.

· O ensino superior público representa 78% do total de estudantes estrangeiros inscritos em 2020/21.

· No que diz respeito à distribuição dos estudantes por tipo de ensino, verifica-se um aumento de estudantes estrangeiros no ensino politécnico português de +137% de 2014/15 para 2020/21. Ainda assim, este representa 29% em comparação com o segmento universitário (71%), que também cresceu +56% neste período.

· Atualmente, 86% dos estudantes estrangeiros em território nacional encontram-se a frequentar o grau académico completo em Portugal, registando-se um crescimento de +130% desde 2014/15. Já 14% encontram-se em regime de mobilidade, com uma redução de -32% na comparação com 2014/15, devido aos impactos da pandemia, havendo, no entanto, sinais de retoma em 2021/22.

· A Área Metropolitana de Lisboa (38%) e o Norte (32%) são as NUT II com mais estudantes estrangeiros. Ainda assim, é o Alentejo (+230%) que regista maior crescimento entre 2014/15 e 2020/21, seguindo-se o Norte (+108%) e o Algarve (+97%).

· O Brasil é o país com maior quota de estudantes estrangeiros em Portugal (33%), seguindo-se Cabo Verde (10%), Guiné-Bissau (8%) e Angola (7%), que antecedem os países europeus.

· A Guiné-Bissau é o país com maior taxa de crescimento de estudantes em Portugal (+1085%). França surge de seguida (340%), destacando-se também o crescimento significativo da China (+98%).

· A Licenciatura é o nível de formação com maior representatividade de alunos estrangeiros (43%). O Mestrado ocupa o 2º lugar (27%) e os Doutoramentos o 3º (14%). O nível que regista maior crescimento (+432%) desde 2014/15 são os CTeSP (Cursos Técnicos Superiores Profissionais).

· A Universidade de Évora (20%), a Universidade NOVA de Lisboa (19,4%) e a Universidade do Algarve (19%) são as que registam maior percentagem de alunos estrangeiros no total de alunos, nas instituições do CRUP.

 

O Universities Portugal, projeto que integra as 16 instituições de ensino superior membros do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), apresentou um estudo sobre a representatividade dos alunos estrangeiros em Portugal, numa conferência dedicada ao tema “Oportunidades da Transformação Digital na Internacionalização do Ensino Superior”. O estudo compilado pela Universities Portugal foi apresentado pelo Reitor Paulo Jorge Ferreira da Universidade de Aveiro, a instituição anfitriã do evento.

Segundo o Reitor da Universidade de Aveiro, «Os estudantes vêm de países que têm proximidade com Portugal, seja linguística, cultural ou geográfica». «Portugal e Espanha aparecem como principal destino europeu dos estudantes outgoing da América do Sul, mas em muitos casos não são o principal destino em absoluto, o que significa que há ainda um mercado bastante importante neste contexto, particularmente para Portugal, onde a penetração sente-se quase só no caso do Brasil». Sobre o impacto da pandemia, reforça ainda que «há condições para retomar o crescimento da mobilidade a curto prazo».

A conferência, que decorreu durante dois dias a 25 e 26 de novembro, contou com diversas sessões e debate público sobre a internacionalização do ensino superior, incluindo estratégias nacionais e europeias de instituições de ensino com oradores de diversos países, além de workshops e partilha de boas práticas para profissionais do setor académico.

«Iniciativas como a Universidades Europeias [que conta com 10 instituições de ensino portuguesas mas que tem apenas uma representatividade de 5% no total de instituições da Europa] são um campo de ensaio de ideias e soluções para programas que estão no horizonte relativos à cooperação. Não se pode perder de vista o impacto que estas iniciativas possam vir a ter, nomeadamente no quadro de reforço de financiamento» menciona o Reitor Paulo Jorge Ferreira.

 

 

 

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