“Cuidados primários de saúde, a base do SNS, sem capacidade de resposta”, segundo o PSD Viseu

Estes números evidenciam, também, que, afinal, não há milagres do SNS. O que há é muitos doentes não covid19 a ficar para trás ao não terem equidade e acesso aos cuidados primários de saúde. Se a situação é por si muito preocupante, mais grave é não se vislumbrar nenhuma medida para responder e mitigar estes constrangimentos.

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  • 12:43 | Quinta-feira, 29 de Outubro de 2020
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Os deputados do PSD, eleitos pelo círculo eleitoral de Viseu, reuniram, na passada segunda-feira, com as direções dos ACES do Douro Sul e Viseu Dão Lafões para aferir o impacto da COVID19 no acesso aos cuidados primários na nossa região.

Constatamos, com enorme preocupação, que há uma diminuição significativa da atividade assistencial que se procurou justificar, entre outras razões, devido às restrições covid19, aos horários dos transportes e às obsoletas centrais telefónicas, quando são evidentes a necessidade de contratação de mais recursos humanos e um melhor planeamento.

De facto, as consultas presenciais programadas tiveram uma redução superior a 50% no período homólogo, o que também acontece com o encaminhamento de doentes para consultas de especialidade, com a prescrição de exames de diagnóstico e terapêutico, bem como na assistência domiciliária. Estes indicadores permitem-nos concluir que as teleconsultas, embora sejam uma ferramenta útil, não substituem, de forma alguma, a consulta presencial e que os planos de contingência executados não são eficientes.

Estes números evidenciam, também, que, afinal, não há milagres do SNS. O que há é muitos doentes não covid19 a ficar para trás ao não terem equidade e acesso aos cuidados primários de saúde. Se a situação é por si muito preocupante, mais grave é não se vislumbrar nenhuma medida para responder e mitigar estes constrangimentos.


Já havíamos denunciando a situação de haver filas de espera “ao ar livre” em algumas unidades de saúde, com especial evidência no Centro 1 de Viseu. Nota-se que, embora se procure fazer uma programação das consultas, tal não é suficiente e existe uma deficiente triagem para acesso ao edifício. O diretor do ACES Viseu/Dão-Lafões reconheceu o problema, apontando como solução a construção de uma unidade mais funcional. Embora também possamos acompanhar o diretor do ACES na reivindicação, exige-se uma resposta imediata, porque o que está em causa é a qualidade de acesso à saúde dos viseenses.

Reconhecendo a sobrecarga do trabalho dos profissionais e antevendo-se um aumento do número de infetados, é urgente e necessário um reforço de pessoal para as diferentes áreas, em especial na resposta à covid19 para libertar os médicos dos cuidados primários para responder às solicitações. Perante esta necessidade, fomos confrontados com a intenção da ARS/ACeS em pedir a colaboração de estudantes de enfermagem para a realização de inquéritos epidemiológicos. Nesse sentido, por haver profissionais de enfermagem no desemprego, o recurso a estudantes deve verificar-se quando já não houver os referidos profissionais disponíveis.

Quanto à emissão/renovação de atestado médico de incapacidade multiuso, reconheceu-se que existe um atraso significativo porque os médicos de saúde pública estão totalmente dedicados à covid19 e porque as juntas médicas foram suspensas, agravando ainda mais os tempos de espera. Trata-se de uma falha grave com uma implicação na sua qualidade de vida.

Por fim uma palavra de reconhecimento a todos os profissionais de saúde que mesmo sem as condições para a realizar a sua missão, têm sido inexcedíveis em dedicação e competência para mitigar as falhas e necessidades dos serviços.

Por último, um reconhecimento a todos os autarcas pela prontidão nas respostas e na disponibilização de meios aos profissionais de saúde e às instituições. Sem a sua ação as nossas comunidades estariam mais desprotegidas

Os deputados do PSD/Viseu

 

 

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