Comitiva ministerial norueguesa visita projetos portugueses relacionados com microalgas

Neste projeto, dois alimentos básicos serão considerados como estudos de caso: pão e queijo, nos quais serão incorporadas microalgas submetidas a tratamento enzimático e produzidas sem tratamento, a fim de avaliar o impacto no perfil sensorial.

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  • 21:03 | Quarta-feira, 29 de Junho de 2022
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Por ocasião da UNOC, acontece, dia 30 de junho, uma visita do Ministro das Pescas e Oceano da Noruega e da Ministra do Desenvolvimento Internacional, entre outros representantes, ao Instituto Superior de Agronomia com o objetivo de conhecer projetos financiados pelos EEA Grants relacionados com a temática das microalgas.

As microalgas têm assumido um papel de destaque como recurso biológico para uma produção sustentável em larga escala, fomentando a bioeconomia azul, sendo já consideradas uma das fontes mais promissoras, por exemplo, ao nível de novos produtos alimentares.


Entre as 10h30 e as 12h30 do dia 30 de junho, o Ministro das Pescas e Oceano da Noruega,  Bjørnar Selnes Skjæran, e a Ministra do Desenvolvimento Internacional Anne Beathe Tvinnereim, juntamente com a Embaixadora da Noruega em Lisboa, Tove Bruvik Westberg, visitarão, entre outros elementos de uma comitiva norueguesa que se encontram em Portugal no âmbito da United Nations Ocean Conference (UNOC), ao Instituto Superior de Agronomia  (ISA) enquanto promotor e parceiro de projetos relacionados com microalgas e financiados pelos EEA Grants Portugal.

Partindo da assunção que a incorporação de microalgas apresenta limitações em termos de propriedades sensoriais e aceitação do consumidor, principalmente devido à coloração e sabor a mar, o projeto YUM ALGAE (apoiado pelos EEA Grants em 842.533,00 €) visa melhorar a qualidade sensorial das microalgas enquanto ingrediente alimentar, recorrendo a enzimas, que terão como alvo duas das principais características organolépticas (aroma, sabor, cor): o cheiro de peixe associado a compostos voláteis e a cor verde-escura dos pigmentos da microalga.

Neste projeto, dois alimentos básicos serão considerados como estudos de caso: pão e queijo, nos quais serão incorporadas microalgas submetidas a tratamento enzimático e produzidas sem tratamento, a fim de avaliar o impacto no perfil sensorial.

O YUM ALGAE pretende assim contribuir para aumentar o valor associado aos biorrecursos marinhos, alinhando-se com os princípios que definem a biotecnologia azul. Além disso, permitirá superar os obstáculos associados ao consumo das microalgas como ingrediente alimentar, aumentando o seu potencial de utilização como resposta às necessidades da população em termos de soluções alimentares mais sustentáveis, promovendo o crescimento azul.

Este projeto YUM ALGAE tem o ISA como promotor de projeto sendo que durante esta manhã será ainda apresentado o projeto DoMar que tem a entidade Pagarete Microalgae Solutions como promotora e o ISA como parceiro.

O principal objetivo do projeto DoMAR (com um financiamento EEA Grants de 424.492,00€) é a implementação e desenvolvimento de tecnologia eficiente e sustentável que possa abastecer o mercado com biomassa de microalgas de elevada qualidade e a baixo custo. O projeto inclui a instalação de uma unidade inovadora de produção de biomassa de microalgas em Portugal, a produção e a comercialização das microalgas, bem como investigação e desenvolvimento do modelo de produção e novas aplicações do produto.

Nesta visita ao ISA haverá espaço ainda para a comitiva conhecer uma área de laboratórios que está a ser utilizada no âmbito destes projetos e fazer uma prova de teste de queijos relacionada com o estudo de caso do projeto YUM ALGAE.

Os EEA Grants em Portugal, através do Programa Crescimento Azul, encontram-se a financiar para além destes, vários projetos relacionados com as microalgas que podem ser consultados no site www.eeagrants.gov.pt.

Os EEA Grants surgem através do Acordo sobre o Espaço Económico Europeu (EEE) em que a Islândia, o Liechtenstein e a Noruega se tornam parceiros no mercado interno com os Estados-Membros da União Europeia. Neste sentido e como forma de promover um contínuo e equilibrado reforço das relações económicas e comerciais, as partes do Acordo do EEE estabeleceram um Mecanismo Financeiro plurianual, conhecido como EEA Grants.

Os EEA Grants têm como objetivos reduzir as disparidades sociais e económicas na Europa e reforçar as relações bilaterais entre estes três países e os países beneficiários.

Para o período 2014-2021, foi acordada uma contribuição total de 2,8 mil milhões de euros para 15 países beneficiários. Portugal beneficiará de uma verba de 102,7 milhões de euros. Este mecanismo financeiro decorre até 2024.

 

– Site www.eeagrants.gov.pt

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