A associação galega Codeseda Viva acaba de revelar que o Caminho da Geira e dos Arrieiros já foi percorrido por quase sete mil peregrinos desde a sua apresentação e que a maioria são portugueses e partem da Sé de Braga.
O presidente da associação Codeseda Viva, Carlos da Barreira, que falava no Posto de Turismo de Braga, na quinta-feira, dia 12, referiu que “entre 2017 e 2025 o Caminho da Geira registou 6.847 peregrinos, com a emissão de 2.730 Compostelas” – o documento que comprova a realização do itinerário.
O presidente da Câmara Municipal de A Estrada, Gonzalo Louzao Dono, sublinhou a ligação entre ambos os projetos: “O Caminho da Geira, que aqui nasce, e a ancestral Rapa das Bestas têm o seu elo em Sabucedo”.
“Ambos são exemplos de convivência, tradição e identidade — um legado do passado que cuidamos no presente para lhes garantir futuro”, adiantou o autarca, destacando que estão acreditados para o festival 68 jornalistas de 10 países e quatro continentes, número que poderá triplicar até julho, mês em que se realiza.
O adjunto do presidente da Câmara de Braga, Pedro Soares, considerou que “o Caminho e a Rapa são uma ponte”, consolidando a aliança entre a cidade portuguesa e a Galiza.
A Rapa das Bestas, uma tradição que envolve a reunião de manadas selvagens nas montanhas e a sua descida ao curro para marcação, partilha geografia com a rota jacobeia: as terras de Sabucedo, ‘habitat’ dos cavalos, são atravessadas pelos peregrinos.
Este itinerário foi apresentado em 2017 na Galiza e em Braga, pela Plataforma Berán no Caminho/ACJMR foi reconhecido pela Igreja em 2019 e em publicações da associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico (2020) e do Turismo do Porto e Norte de Portugal (2021).
O percurso destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira, a via mais bem preservada do antigo império romano ocidental, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos raros cinco que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.