Burlas Online: reclamações relacionadas com lojas do facebook e instagram disparam 325%

As reclamações recebidas na maior rede social de consumidores de Portugal não deixam dúvidas: há um problema com as lojas online do Facebook e do Instagram, que está a levar centenas de consumidores ao engano. Quem compra só percebe depois, quando o produto não chega e a loja deixa de estar visível, porque foi apagada ou porque o perfil do comprador foi bloqueado. 

  • 10:50 | Sexta-feira, 01 de Abril de 2022
  • Ler em 4 minutos

Encomendas que não chegam, dificuldade de contacto com os vendedores e lojas que deixam mesmo de existir. Estes são os motivos das centenas de reclamações que estão a chegar ao Portal da Queixa referentes a compras efetuadas em lojas que surgem no Facebook e no Instagram.

Segundo as denúncias dos consumidores, são esquemas de burla online. Entre janeiro e março deste ano, o número de queixas disparou 325%, face a 2021.

As reclamações recebidas na maior rede social de consumidores de Portugal não deixam dúvidas: há um problema com as lojas online do Facebook e do Instagram, que está a levar centenas de consumidores ao engano. Quem compra só percebe depois, quando o produto não chega e a loja deixa de estar visível, porque foi apagada ou porque o perfil do comprador foi bloqueado.


No primeiro trimestre deste ano, o Portal da Queixa identificou um aumento de 325% do número de reclamações relacionadas com compras online em lojas existentes no Facebook e no Instagram, em comparação com o período homólogo (01 de janeiro a 30 de março de 2021).

Segundo alerta o Portal da Queixa, esta é uma forma fácil e rápida de burlar os consumidores: “A facilidade com que se cria uma loja online, nestas plataformas, leva a que pessoas mal intencionadas encontrem aqui uma forma fácil e rápida de enganar os consumidores, sobretudo os menos informados, que são um alvo mais fácil de cair neste esquema.”

Uma das consumidoras lesadas, Maria Fernandes, diz ter sido vítima de burla através de uma compra feita no Instagram, onde revela ter feito a encomenda, procedido ao pagamento de uma quantia de 190 euros e, após esse procedimento bem sucedido, nunca mais conseguiu aceder à loja online.

O caso repete-se com Verónica Martim. Na reclamação registada, a consumidora conta ter pago uma encomenda que nunca chegou e refere que a loja foi apagada da rede social Instagram.

Situações semelhantes também acontecem na rede social Facebook. Das falhas de entrega da encomenda até à burla consumada, são muitos os que denunciam diariamente casos de lojas online que não dão resposta sobre a encomenda liquidada ou acabam por encerrar. “Fiz um pedido, paguei e depois desaparecem com o dinheiro e com a máquina. Cuidado.”, alerta Sara Pires na sua reclamação.

Com o boom do e-commerce, as lojas online associadas ao Facebook e ao Instagram ganharam especial relevância. Para a maior rede social de consumidores de Portugal, comprar online sim, mas é importante ter atenção ao que se compra nestas plataformas e é preciso antecipar situações e prever riscos. Em caso de dúvida ou de burla, é igualmente importante denunciar sempre em plataformas como o Portal da Queixa.

 

O que saber antes de comprar nas redes sociais Facebook e Instagram:

A loja tem endereço físico ou contacto? 

Além do site próprio, dar preferência a lojas que também tenham um local físico, número de contacto. Se é fácil abrir uma loja online nestas plataformas, é ainda mais fácil encerrá-la. Em caso de dúvida, ligar primeiro para o contacto disponibilizado ou contactar a loja por e-mail, para perceber se a mesma é real e se o seu serviço de atenção ao cliente é satisfatório.

Fornece a opção de pagamento seguro? 

Sempre que possível, optar por formas de pagamento seguras. Multibanco ou pagamento à cobrança são sempre métodos mais seguros, ainda que este último seja cada vez menos disponibilizado nos métodos de pagamento disponíveis. Certificar-se sempre que recebe um comprovativo da encomenda, com a descrição do produto, valor, endereço da marca/vendedor e qual o prazo de entrega.

Disponibiliza a política de devolução? 

Qualquer loja online tem o dever de disponibilizar a sua política de devolução, uma vez que, enquanto consumidor, tem sempre direito ao arrependimento. Caso a loja não tenha disponível quais os termos de devolução, não efetue a compra antes de ter acesso a informação por parte da marca. De referir que um documento enviado não vale, esta tem mesmo de estar visível para ser consultado por todos os clientes.

As reviews e os seguidores da loja são reais?

Muitas lojas online disponibilizam reviews e têm muitos seguidores no seu perfil, algo que nem sempre é fácil de detectar se é verdadeiro ou falso. No caso das reviews, é importante que o autor tenha uma fotografia real e se identifique, uma vez que gera mais credibilidade. Quanto aos seguidores, muitas lojas compram seguidores nas redes sociais tanto para ter mais força nestas plataformas, como para obterem algumas funcionalidades extra. Se a marca é pequena, mas tem um volume de seguidores equiparado a uma grande marca, é de desconfiar. Dar preferência a marcas que tenham seguidores à escala real da sua dimensão.

Pesquisar antes de comprar. Pesquisar o mais possível sobre a marca, sobre experiências de outros consumidores e qual é a performance da marca segundo os mesmos. O Portal da Queixa disponibiliza esta informação útil e atualizada na sua plataforma.

Dar preferência ao Instagram Shop. O Instagram Shop é direcionado a contas comerciais e permite colocar o preço e link direto à loja na própria publicação. O processo de validação do Instagram Shop de uma marca está sujeito a vários critérios rigorosos, entre eles a vinculação a um site credível e seguro, algo que traz alguma segurança ao consumidor.

Desconfiar de produtos baratos. Podem nunca chegar, podem não corresponder à realidade, podem ser falsos ou contrafação.

Muita pressão por parte do vendedor? Não comprar! Se existir pressão por parte do vendedor em realizar a compra pode significar burla. Nenhuma loja online credível e segura pressiona os seus clientes a comprar algo. Como nas lojas físicas, o consumidor só compra se assim o entender.

 

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Última Hora