Bloco de Esquerda desafia o município de Viseu a hastear a Bandeira LGBT e a declarar o município “Zona Livre de LGBTI+ Fobia”

Há apenas 16 anos Viseu aparecia nas capas de jornal e na abertura dos telejornais por ser a “capital da homofobia” ou o “berço da homofobia”.

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  • 9:07 | Sexta-feira, 25 de Junho de 2021
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Durante o mês de junho celebra-se, por todo o mundo, e também em Portugal, o orgulho LGBTI+.

A origem desta data está na revolta de Stonewall de 28 de junho de 1969, em Nova Iorque, nos Estados Unidos da América, considerado o acontecimento mais importante para o movimento de defesa dos direitos LGBTI+.

A Revolta de Stonewall originou as Marchas do Orgulho LGBTI+ logo em 1970, que ao longo dos anos se tornaram em momentos de visibilidade e reivindicação desta comunidade, assinalados um pouco por todo o mundo.


Há apenas 16 anos Viseu aparecia nas capas de jornal e na abertura dos telejornais por ser a “capital da homofobia” ou o “berço da homofobia”.

Há 16 anos a sociedade civil organizou em Viseu a primeira manifestação fora de Lisboa contra estes episódios de ódio, que neste concelho estavam organizadas em milícias que perseguiam, humilhavam e violentavam a comunidade LGBTI+ de então.

Em 2018, a proatividade cidadã da cidade junta-se para organizar a “1.ª Marcha de Viseu pelos Direitos LGBTI+”, acontecimento que dá origem à Plataforma “Já Marchavas”, movimento que integra várias pessoas individuais e organizações, para não deixar que a memória morra, combatendo os ódios que prosperam na sociedade portuguesa.

Também em 2018, a intolerância de algumas pessoas desta cidade se expressou contra a primeira marcha LGBTI+ em Viseu, colando cartazes a dizer “Viseu – A Melhor Cidade para Viver… Sem Vocês”.

Viseu demonstra, desta forma, que está atenta à realidade LGBTI+, procurando com esta iniciativa promover o respeito pelos Direitos Humanos.

Desde 2019, vários municípios e regiões da Polónia declaram-se livres do que chamam “ideologia LGBTIQ” e adotaram as chamadas “cartas regionais dos direitos da família”.

Em 2020, também a cidade húngara de Nagykáta adotou uma resolução banindo a “disseminação e promoção de propaganda LGBTIQ”.

Estas ações tiveram como consequência direta o aumento de atos de violência dirigida contra pessoas LGBTI+ ou contra pessoas que sejam consideradas como sendo LGBTI+, segundo estudo conduzido pela Agência dos Direitos Fundamentais da União Europeia (FRA), o qual também denuncia o medo generalizado da população em frequentar determinados locais, pelo risco de aí sofrerem agressões, assédio, hostilidade ou ameaças de vária ordem.

Mais recentemente, houve a adoção pelo parlamento húngaro de legislação discriminatória em relação às pessoas LGBTI+, que viola o direito à liberdade de expressão sob o pretexto de proteger as crianças.

Viseu só será a melhor cidade para se viver se escolher não ficar indiferente ao crescer do ódio, da discriminação, da segregação associadas a estas iniciativas em países da União Europeia.

Nesse sentido, o Bloco de Esquerda desafia o município a hastear a bandeira LGBTI+ no dia 28 de junho, assim como a declarar-se Zona Livre de LGBTI+ Fobia, como forma de tornar visível o espírito de inclusão que qualquer cidade que queira ser a melhor para se viver deve ter!

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