Autarcas com Cultura

Com a presença da Directora Regional da Cultura do Centro, Suzana Menezes*, foi assinado e firmado o protocolo.

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  • 18:30 | Domingo, 01 de Março de 2020
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Novas sensibilidades irrompem de municípios à frente dos quais se encontram autarcas com uma empatia cultural bem definida.

Há muito que os encontrámos, por exemplo em Sernancelhe, município pioneiro em muitas acções de índole cultural e até, salvo melhor opinião, o único que edita uma revista literária monotemática, dedicada exclusivamente ao escritor ali nascido, Aquilino Ribeiro.

Gouveia tem Vergílio Ferreira e o seu autarca, Luís Tadeu, que muito tem pugnado para manter viva a chama vergiliana. Por isso, ou também por isso, este domingo, foi tornado público o vencedor do Prémio Vergílio Ferreira 2019, ao qual se apresentaram 84 obras, tendo o júri presidido por Alípio de Melo, selecionado João José Afonso Madeira, um funcionário bancário aposentado, nascido em 1956 no concelho da Covilhã, com a obra “Senha 34”.


Ontem, na biblioteca Vergílio Ferreira, houve oportunidade de divulgar este nome. Mas houve mais. Foi tornado público o projecto ”Ler e Partir: Geografias Literárias”, que envolve os três municípios que têm à sua frente esclarecidos edis, o de Fundão, com Paulo Fernandes, o da Guarda, com Carlos Monteiro e o de Gouveia, com Luís Tadeu. Tendo como fundamento três grandes nomes da Cultura portuguesa contemporânea, Eugénio de Andrade, oriundo de Póvoa de Atalaia, Fundão, 1923, Eduardo Lourenço, nascido em São Pedro de Rio Seco, Almeida, 1923 e Vergílio Ferreira, nascido em Melo, Gouveia, em 1916, estes três autarcas souberam criar uma rede cultural com uma estrutura e uma plataforma partilhada em torno destes escritores, da sua obra e dos concelhos que representam. Mas não se ficam por aqui e, cientes de que a Cultura é um novo produto turístico altamente chamativo e estimulante de novos nichos de mercado, propõem neste singular projecto, festivais literários para potenciar as regiões, um roteiro literário comum e mais uma bem concebida mão-cheia de iniciativas.

Com a presença da Directora Regional da Cultura do Centro, Suzana Menezes*, foi assinado e firmado o protocolo. Protocolo esse que tem todo o apoio desta DR, ela própria muito empenhada em difundir escritores do Centro, tais como Aquilino Ribeiro, Miguel Torga, Fernando Namora… e muitos outros.

Ou seja, a esta perfeita tríade do poder Local juntou-se a representante do poder Central para, numa conjugação de esforços e com este denominador comum, projectar a Cultura ainda mais longe, pela leitura de quantos perduraram e perduram em milhares de páginas as nossas gentes e as nossas terras. Por isso, também o lema “Ler e Partir”, pois se estes Homens nasceram no interior de Portugal e dele se tiveram de ausentar para se firmarem como vultos da Cultura nacional, numa migração sem fim à vista, ao interior voltaram e, agora, através da sua obra, concedendo-lhe o tangível e precioso contributo para o seu engrandecimento.

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