Asteróide recebe nome de astrofísico português

O (40210) Peixinho é o tipo de asteróide que, se viesse em direção à Terra, poderia causar um evento de extinção em massa. «Saber que há agora aí pelo Espaço um asteróide com o mesmo tamanho daquele que, presumivelmente, ao colidir com a Terra há 66 milhões de anos levou à extinção em massa do Cretáceo-Paleogeno, onde se incluem os famosos dinossauros... deixa-me sem palavras»

  • 10:55 | Segunda-feira, 21 de Junho de 2021
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Nuno Peixinho, astrofísico da Universidade de Coimbra (UC) e do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), tem agora um asteróide com o seu nome. A homenagem partiu do Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos (WGSBN) da União Astronómica Internacional (IAU). O asteróide, anteriormente designado por (40210) 1998 SL56, passou a designar-se (40210) Peixinho.

Descoberto a 16 de setembro de 1998, este asteróide de pouco mais de 10 km de diâmetro, pertence à cintura de asteróides e orbita o Sol a uma distância média 3 vezes superior à distância da Terra ao Sol, completando uma órbita em cerca de 5,3 anos.

Para Nuno Peixinho, que trabalha na caracterização física e química de pequenos corpos do Sistema Solar, ter um asteróide com o seu nome «é uma sensação difícil de descrever. Evidentemente que me sinto infinitamente honrado por este reconhecimento do meu trabalho como astrofísico. Trabalho que nunca foi realizado sozinho, mas sempre integrado em equipas, e por isso a todos agradeço». O investigador faz questão de agradecer a distinção não só à Universidade de Coimbra, que hoje o acolhe, como às universidades do Porto, Lisboa, Granada, Hawaii e Antofagasta, assim como ao Observatório de Paris, instituições por onde passou ao longo da sua carreira.

O (40210) Peixinho é o tipo de asteróide que, se viesse em direção à Terra, poderia causar um evento de extinção em massa. «Saber que há agora aí pelo Espaço um asteróide com o mesmo tamanho daquele que, presumivelmente, ao colidir com a Terra há 66 milhões de anos levou à extinção em massa do Cretáceo-Paleogeno, onde se incluem os famosos dinossauros… deixa-me sem palavras», comenta Nuno Peixinho.


Devido ao potencial perigo, o investigador do polo da Universidade de Coimbra do IA foi «logo verificar qual era a sua órbita para ver se era um asteróide classificado como potencialmente perigoso. Não é! Daqui a cem milhões de anos ainda deve andar mais ou menos pelo mesmo sítio, mas não sei se conseguirei convencer o meu avô disso».

A atribuição do nome a um destes corpos passa por um longo processo. Inicialmente recebe uma designação provisória de acordo com uma fórmula bem definida que envolve o ano da descoberta, duas letras e, se necessário, outros algarismos (por exemplo, 1989 AC ou 2002 LM60). Quando a sua órbita se encontra suficientemente bem determinada, o corpo recebe uma designação permanente, que consiste em acrescentar um número à designação provisória, emitido sequencialmente pelo “Minor Planet Center” — por exemplo (341), ou (40210).

O seu descobridor é depois convidado a sugerir um nome, tendo esse privilégio por um período de dez anos após a numeração do objeto. Todos os nomes propostos são avaliados pelo Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos. Existem pouco mais de um milhão de pequenos corpos do Sistema Solar catalogados, cerca de meio milhão já têm designação permanente, mas só 22.505 têm nome.

 

 

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