Associação transfronteiriça defende certificação do Caminho da Geira

O percurso tem 240 quilómetros e destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira Romana, a via do género mais bem conservada do mundo, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos escassos cinco que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.

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  • 10:26 | Segunda-feira, 14 de Novembro de 2022
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Uma assembleia de peregrinos portugueses e galegos reunida em Caldelas, no Concelho de Amares, acaba de nomear um grupo de trabalho com o objetivo de constituir a Associação Transfronteiriça do Caminho da Geira e dos Arrieiros (ATCGA).

O grupo de trabalho, constituído pelo presidente União das Freguesias de Caldelas, Sequeiros e Paranhos, José Manuel Almeida, e pelos peregrinos António Devesa, Luís Miguel Sampaio e Vítor Cunha, tem como  missão contactar os municípios portugueses por onde passa este itinerário jacobeu, “com a intenção de  perceber o seu interesse e motivá-los a envolverem-se no projeto”.

“Em face dos resultados obtidos, que esperamos possam corresponder às nossas melhores expetativas, será criada a comissão instaladora da ATCGA”, explica o moderador da assembleia de peregrinos, Carlos Ferreira, adiantando que a associação “poderá integrar pessoas coletivas ou individuais, como peregrinos, municípios ou coletividades, sejam portugueses ou galegos”.


“A ATCGA terá como objetivos representar e defender os interesses dos peregrinos e do Caminho, mas sem descurar os relacionados com a cultura, património, economia, ambiente, tradições e outros valores das povoações por onde passa”, refere Carlos Ferreira.

Para melhor responder a estes desafios, as pessoas envolvidas na iniciativa “entendem que é muito importante a certificação deste itinerário pelas autoridades governamentais portuguesas e galegas, das áreas da Cultura e do Turismo, à semelhança do que já fez o Arcebispado de Santiago, e vão empenhar-se nesse sentido”, destaca o moderador da assembleia de peregrinos.

No entanto, o trabalho da ATCGA não está “exclusivamente dependente da homologação pelas autoridades civis e deverá manter-se para além disso, embora se reconheça que é um dos aspetos fundamentais”.

Além dos membros do grupo de trabalho e, naturalmente, do moderador, participaram na assembleia, que decorreu no sábado, dia 12, no Auditório da Vila de Caldelas, o vereador do Município de Amares com o pelouro do Turismo, Delfim Rodrigues, e os peregrinos Abdón Fernández (Plataforma Berán no Caminho/ACJMR), Carlos de Barreira (Associação Codeseda Viva), Manuel Rocha (Confrade Maior da Archicofadía Universal del Apostol Santiago), Leonel Pereira e Paulo Silva.

O Caminho da Geira e dos Arrieiros começa na Sé de Braga e passa pelos municípios de Amares, Terras do Bouro, Castro Laboreiro e Melgaço, entrando em território galego pela Portela Homem. Nos últimos cinco anos foi percorrido por mais de três mil peregrinos, um terço dos quais no corrente ano;  sobretudo de Portugal e Espanha, mas também de Itália, Inglaterra, Alemanha, Croácia, Ucrânia, Rússia, Polónia, Brasil, EUA, Austrália ou Países Baixos.

Este itinerário foi apresentado em 2017 em Ribadavia (Galiza) e Braga, reconhecido pela Igreja em 2019, reconhecido pela associação de municípios transfronteiriços Eixo Atlântico em 2020 e é um itinerário oficial da Peregrinação Europeia de Jovens do Ano Santo Jacobeu 2021/22.

O percurso tem 240 quilómetros e destaca-se por incluir patrimónios únicos no mundo: a Geira Romana, a via do género mais bem conservada do mundo, e a Reserva da Biosfera Transfronteiriça Gerês-Xurés. Além disso, o seu traçado é um dos escassos cinco que ligam diretamente à Catedral de Santiago de Compostela.

 

 

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