CAPÍTULO LXIV
Poderia chamar-lhe história, mas prefiro que seja um conto. Quando começou, não imaginei até onde iria, nem sei se disse tudo. Contei o que a memória e os apontamentos me permitiram. Acrescentei-lhe, à medida que o tempo corria e as circunstâncias exigiram, apreciações sobre uns tantos “atrevimentos”.
Fi-lo como sempre, não por ser do “contra”, como alguns gostam de julgar, mas por ser contra o que não deve ser dito ou não deve ser feito, sempre que esconda alguma dose maliciosa do destempero humano. Tal como aconteceu …
E se alguém ficou magoado, que se lembrasse dos outros, vítimas do seu desatino, a quem ousaram impor um caminho, interferindo-lhes nos Direitos.
Sempre fui e fiz assim, não sou melhor, não sou pior, sou apenas um cidadão atento, desinteressado de qualquer retorno providencial.
Percorri os caminhos que escolhi, em Liberdade e sem comprometer alguém. Críticas? Claro, foram muitas. Porquê? Não sei, não compreendo, talvez apenas porque sim ou por pensar e por ser livre!
Praticante convicto da causa, em cinco diferentes órgãos autárquicos por que passei, fui sempre fiel aos princípios e aos direitos que nos são comuns.
O desempenho político não é um papel, isso é para os atores; fazer política é ser solidário, é ouvir, é explicar e á agir.
Fazer política é partilhar. Bem ou mal, foi o que fiz, partilhando com quem quis a minha experiência de cidadania, vivida na primeira pessoa, independe de agradar a uns e desagradar a muitos mais – é a vida!
Como não sou contador de histórias, chamo-lhe contos, sem máscaras ou fantasias, às vezes com humor, simplesmente por tratarem da vida real, daquilo que importa à vida das pessoas.
Neste conto, que foram contos, poucos sabiam que o preço da água é uma consequência e não uma fatalidade. Da água se construiu um bode expiatório, para desviar as atenções. Certamente que há marionetas, a quem chamam políticos, há infames e há gente séria. Na política, há oportunistas e servidores. Sempre foi e sempre assim será.
Lembrem-se que é sobre nós que recai o resultado das nossas escolhas – beneficiários ou vítimas, fomos nós que decidimos.
Ao contrário do que agora virou moda, os políticos não são todos iguais, não pelas ideologias, mas porque somos todos diferentes. Iguais, só nos Direitos e nos Deveres, mas só com sabedoria e espírito republicano seremos capazes de servir o que é de todos, porque também é nosso.
Todas as oportunidades nos obrigam a fazer escolhas, muito para além da água, do lixo e do saneamento. Mas são tão importantes que há quem disso faça negócio e, muito pior, sobrevivência política com políticas de sobrevivência.
Quando todos perceberam que só são justas as lutas a favor do bem comum, acreditem, teremos um Mundo melhor.
Contem sempre comigo!