Tal como o sol, a água quando nasce é para todos! (LXII)

Em resumo - à semelhança da tentativa de maternidade da prometida diminuição do preço da água, a senhora presidente, que herdou o lugar por substituição, se nada fez para lá de gastar e distribuir dinheiro a rodos, muito com recurso a empréstimos e hipoteca das gerações futuras, não será com o lixo que se vai governar.

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  • 12:38 | Terça-feira, 17 de Junho de 2025
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CAPÍTULO LXII

 


Uma profecia de última hora, publicada na página social do Município de Tondela a meio da passada semana, precisa de uma ajudinha do lixo, melhor, no “aproveitamento” do lixo. A língua portuguesa é muito traiçoeira e a palavra “aproveitamento” pode ter sentidos distintos:  fazer do lixo algo de útil (um fertilizante, por exemplo,) ou uma janela de sobrevivência – obter uma vantagem do lixo. Como? “Correr atrás do prejuízo”, “chegar tarde ao casting das estrelas”, “cantas bem, mas não me enganas” e coisas assim. Antigamente, as festas eram celebração, hoje, muitas são apenas ilusão. A roda já foi inventada, redonda como a Terra, menos para os negacionistas, ainda há muitos.

 

 

Falemos deles, do lixo e do recente milagre da transformação do vinho em água, em tempos de seca. Glória aos altares e às redes sociais, que são como muita gente – dão para os dois, o lado bom e o lado mau! O lado bom, quando dizem bem de nós, o lado mau, quando não falam de nós.
Passemos ao assunto – desde que ocupou a presidência da câmara de Tondela, herdada por substituição, cedo percebeu que a sua vocação maior era ser atriz de videoamador. Governar um município dá muito trabalho e não é para qualquer um, ainda mais, ter de ultrapassar as armadilhas e todas as dificuldades que António Costa impôs à câmara de Tondela, provavelmente a única das 308 portuguesas, para se candidatar a fundos do PRR. Por tamanha maldade, foi deportado para Bruxelas e condenado à nomeação de Presidente do Conselho Europeu! … um castigo exemplar, foi muito bem feito! Porque será que quis vingar-se de Tondela, se só conhece os arrabaldes? Ninguém sabe, a não ser quem, com tanto nada para mostrar, se fez atriz principal no vídeo intitulado “Bio resíduos”, uma coprodução da semana passada, embora com anos de atraso. A senhora presidente tinha obrigação de saber que no Vale da Margunda, Borralhal, freguesia de Barreiro de Besteiros, há vários anos que foi instalada uma CVO – Central de Valorização Orgânica, dimensionada para receber 35 mil toneladas de resíduos biodegradáveis/ano e delas produzir cerca de 9 mil toneladas de composto fertilizante. Estamos em 2025. Mas em 2021, já “digeriu” quase 10 mil toneladas de resíduos. A recolha seletiva de resíduos urbanos é uma iniciativa da ECOBEIRÃO, depois de aumentada a capacidade instalada de valorização orgânica para 50 mil toneladas/ano, resultado da adaptação da Linha de Tratamento Mecânico e da construção de um parque de compostagem, um investimento próximo dos 4 milhões de euros, provenientes de uma operação do POSEUR (Programa Operacional de Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos).

Isso beneficia todos os 19 concelhos integrantes da AMRPB e irá retirar alguma pressão a que foi sujeita a célula n.º 1 do aterro, com a capacidade quase esgotada, mas uma outra, numa área contígua de 4 hectares, irá aumentar a vida útil do aterro por bastantes mais anos.

Em resumo – à semelhança da tentativa de maternidade da prometida diminuição do preço da água, a senhora presidente, que herdou o lugar por substituição, se nada fez para lá de gastar e distribuir dinheiro a rodos, muito com recurso a empréstimos e hipoteca das gerações futuras, não será com o lixo que se vai governar.

A distribuição de contentores para recolha porta-a-porta de bio resíduos, nos cafés, restaurantes e cantinas, há muito que se faz noutras regiões e é uma decisão coletiva. Todos farão o mesmo, porque cada vez que há renovação / reposição / aumento de contentores, ninguém fica para trás, todos pagam pela capitação que representam e não por espertezas saloias de algum dos 19 municípios.

Devia tratar, isso sim, da distribuição de mais “oleões”, pelo menos para despejar o óleo das fritas de Natal e das farturas das festas, porque de poeiras para os olhos já nos bastam as que chegam do deserto.

 

(CONTINUA)

 

 

 

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