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Tal como o sol, a água quando nasce é para todos! (LVI)

Sabemos que a rede de saneamento não chega a todos os lares, nem nunca chegará, num território tão disperso como o nosso. Mas nada justifica que, por exemplo, na cidade de Tondela ainda haja habitações sem acesso à rede de esgotos. Que vantagem lhes trouxe a constituição da AINTAR?

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    • 13:03 | Sexta-feira, 06 de Junho de 2025
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    CAPÍTULO LVI

     

    Cá estamos, prontinhos para maquinar os cálculos e verificar se há alguma razão para outro castigo, que nos vai obrigar a continuar neste purgatório que é a fatura da água.


     

     

    Sabemos que a rede de saneamento não chega a todos os lares, nem nunca chegará, num território tão disperso como o nosso. Mas nada justifica que, por exemplo, na cidade de Tondela ainda haja habitações sem acesso à rede de esgotos. Que vantagem lhes trouxe a constituição da AINTAR?

    Dessas habitações, algumas gastam água da rede, mas nem vamos entrar nessas contas dos que gastam água e não lançam efluentes por igual volume. Talvez contaminem os solos, mas os gestores locais não cansam a sua beleza com isso!

    Há quem procure estar de bem com Deus e com o Diabo, seguindo por um único caminho, mesmo na certeza que está a errar. É o que temos …

    Quem vive num apartamento e tem meia dúzia de plantas envasadas, que lava roupa e o chão, molhados que secam, água que se evapora. Quem vive numa casa isolada, com vasos e um pequeno terrado com plantas, lavam, esfregam, consomem água que se evapora. Quem tem uma casa, envolta de um grande jardim, com piscina, certamente que tem um poço que lhes fornece água para todas as suas necessidades. Não paga, ou pouco paga de consumo de água e, por mais efluentes que injete na rede, paga apenas o valor mínimo. Todos os outros pagam o saneamento na mesma medida dos consumos de água. Porque tem de ser assim, se hoje é possível medir os caudais de efluentes? OU calcular com maior justiça?

    Reparemos que, não contando os que têm água própria, e são imensos, entre o deve (consumo) e o haver (saneamento), como vimos ontem, há uma proporção de 50% ou mais, entre a realidade a injustiça que nos obrigam a pagar. Sobretudo em concelhos rurais, em aldeias ou pequenas vilas, há uma enorme percentagem de água desperdiçada que nunca será tratada. E que não venham com histórias, porque temos a certeza – estamos a ser defraudados!

    A tese dos governantes, que mandam nesta “coisa”, é: “se eles (nós) já estão habituados a pagar (pela água), se baixar o preço, nem irão sentir o aumento do saneamento”.

    É a esperteza saloia a enviesar a teoria dos vasos comunicantes … e é assim que nos levam.  Só que, agora que sabemos ter razão, só ficaremos calados se formos cobardes. Se assim for, seremos ladrões, ladrões de nós próprios, diminuídos dos nossos direitos. Mas há quem goste!

    Pagamos IMI e IMT, receitas diretas dos municípios. Para que servem?

    Pagamos IRS e pagamos IVA, cuja receita é, em parte, distribuída aos municípios. Para que serve?

    Entre outros benefícios, serviria para as infraestruturas modernas e funcionais, para que tenhamos preços da água, do saneamento e da recolha do lixo aos mesmos preços que outros, dos municípios mais pobres do que os nossos, mas certamente mais bem geridos. Já não basta o que já pagámos à conta de um ruinoso contrato?

    As nossas contas estão à vista, embora se admita que 50% seja um número a corrigir, mas nem uma atenção merecemos?  No mínimo, a AINTAR, se tivesse algum respeito por quem paga a sua estrutura, tinha obrigação de aceitar a recomendação da ERSAR – “o volume de águas residuais a faturar é de 90% do volume de água consumido”.

    Já agora, verifiquem as vossas faturas … e em vez de reclamarmos do árbitro que terá prejudicado o nosso clube, ou que o argumento da novela traiu as nossas expetativas, reclamemos dos nossos direitos! …

     

    (CONTINUA)

     

     

     

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