Só interessa quanto é verdade

Sentimos o preconceito dos que tendem a olhar para quem vive no Interior, com uma certa condescendência, como os “provincianos”.

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  • 22:28 | Sábado, 20 de Novembro de 2021
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Viver no Interior pode ser pretexto para um ensaio, limitamo-nos a escrever um prefácio, sem esconder a sua condição.

Sentimos o preconceito dos que tendem a olhar para quem vive no Interior, com uma certa condescendência, como os “provincianos”.

Estranhamente, esta distorção acaba por se impor e moldar a nossa própria atitude. Não sofremos de fatalismo ou incapacidade crónica, seja em que domínio for. A nossa unidade em torno de interesses comuns será sempre um princípio de conversa. É por aqui.


No Programa Nacional para a Coesão Territorial identificamos medidas para mitigar as desigualdades, com vista a melhorar a atratividade pelo Interior e valorizar suas peculiaridades: incentivos ao emprego, turismo rural, promoção de políticas regionais e transfronteiriças, revisão do mapa judiciário, apoios fiscais e económicos, incentivos à fixação de técnicos qualificados, etc.

O referido programa diz mais: «O envelhecimento da estrutura etária da população está a criar pressões imediatas sobre a necessidade de diferentes níveis (saúde e no apoio social), o que significa que está a registar-se um aumento de uma procura diferenciada de prestação de serviços.» (…) «A atual tendência para a descentralização e desconcentração de competências pode constituir uma oportunidade para remodelar a oferta de alguns serviços públicos e criar emprego qualificado nos territórios do interior.»

Os gráficos e tabelas são postos como se fossem retratos de família que temos que venerar, mas que traduzem uma realidade a que urge pôr cobro.

Há um défice de conhecimento e inovação que radica numa visão distorcida do Interior. O combate é desigual.

A culpa também mora dentro de nós, reivindicamos novos equipamentos e infraestruturas evoluídas só porque existem em regiões vizinhas.

Temos que mudar de atitude, tornando-nos visíveis, reivindicativos e insistentes até que nos ouçam nos vários domínios da atividade social, económica e cultural.

 

(Foto DR)

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Publicado em Opinião