Salteadores da arca perdida…

Mais do que as coimas serem ou não um castigo justo o que conta é o simbolismo. A ideia que passa é de impunidade. Num Estado de Direito, a justiça faz-se de pequenos gestos, de quebrar tabus e de ser igual para todos.

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  • 20:41 | Sexta-feira, 16 de Julho de 2021
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As sociedades são corpos vivos que, tal como os cidadãos, vivem dos exemplos, por isso ninguém acredita que uma golpada de milhões de euros se resolva com coimas de milhares. Não nos assobiem para beber água…

Mais do que as coimas serem ou não um castigo justo o que conta é o simbolismo. A ideia que passa é de impunidade. Num Estado de Direito, a justiça faz-se de pequenos gestos, de quebrar tabus e de ser igual para todos.

Não tenhamos ilusões: o mundo é feito por homens e mulheres. Normais. Vulneráveis. Por inacção ou omissão deixamos que se vá afogando enquanto julgamos lutar pelo direito a uma fatia do bolo. Desenganem-se, na hora de dividir não sobra nenhuma fatia. Eles comem tudo.


As avultadas multas aplicadas na banca americana deveriam servir de exemplo. Para nossa desilusão a situação no BES é paradigmática de um caldo de cultura entre a política e os negócios que exige medidas exemplares de repúdio.

A “arca perdida” que se dizia existir no cofre do BES estava, afinal, atulhada em papelada de valor duvidoso. Não havia tesouro, ao contrário do que se apregoava. A tal “arca perdida” que nem ouro tinha, havia sido tomada por “salteadores”… de arcas perdidas.

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Publicado em Opinião