Portugal invadiu a Venezuela, segundo o “maduro” local

Anda tudo apoucado do cérebro, ou então, o stress é tanto que começa a fazer dos presidentes americanos visionários de estranha e duvidosa mística e alcance.

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  • 21:16 | Quarta-feira, 01 de Abril de 2020
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Anda tudo apoucado do cérebro, ou então, o stress é tanto que começa a fazer dos presidentes americanos visionários de estranha e duvidosa mística e alcance.

Desta vez foi Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, que se sentiu atacado por um cruzeiro internacional de luxo, de seu nome “Resolute”, registado em Portugal que, na sua óptica, cometeu um “acto de terrorismo e de pirataria”.

E então que se terá passado?


Segundo o Ministério da Defesa da Venezuela, pelas 00:45 do dia 31 de Março, o barco da Guarda Costeira venezuelana que fazia “tarefas de patrulhamento marítimo” na proximidade da ilha La Tortuga “foi atingido pelo navio de passageiros Resolute (122 metros de comprimento e 8300 toneladas de deslocamento), de bandeira portuguesa”, provocando o seu afundamento.

O governo de Maduro acusa ainda o barco de cruzeiros de não ter “atendido ao resgate da tripulação, violando os regulamentos internacionais que regulam o resgate da vida no mar”, acusa ainda o paquete registado em Portugal de ter agido de forma “cobarde e criminosa” e enfatizando a tónica de “pirataria internacional”, foi mais longe declarando: «O barco que investiu |sobre o navio da Guarda Costeira| é oito vezes mais pesado, é como se um gigante pugilista de 100kg agarrasse um menino pugilista e o golpeasse. Trata-se de um ato de terrorismo e pirataria que há que investigar», e remata “se tivesse sido um barco de turistas não teria tido essa atitude de querer agredir”.

A partir deste incidente, Maduro, que tem tomado posições polémicas contra Portugal, que acusa de apoiar o seu opositor Juan Guaidó, terá aproveitado este incidente marítimo para mais uma cruzada embalada numa bizarra teoria de conspiração.

Antes destas hiperbolizadas tiradas “bullshit style” (que é o “que está a dar”), boas para desviar a atenção dos extremados conflitos internos, da pobreza reinante e para exacerbar os ânimos populares contra mais um “invasor marítimo” da Venezuela, ao jeito de Cristovão Colombo, em 1498 ou Alonso de Ojeda em 1489… determinaria a sensatez e o sentido de Estado que fossem apuradas todas as responsabilidades após um inquérito consequente.

Todavia Maduro não pensa assim… e vai daí às câmeras, foi um instante.

Hoje, desde alguns figurantes regionais de pacotilha aos presidentes de mais ou menos poderosos países, a política não se faz com obras, faz-se com filmagens no mais puro género “Indiana Jones – Os salteadores da barca perdida”.

O povo gosta de cinema…

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Publicado em Opinião