População de Penacova protesta contra aumentos da água. Em Viseu tudo calmo

Cerca de três centenas de pessoas saíram este sábado à rua para contestar o aumento das taxas da água e a gestão do saneamento recentemente a cargo da Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior (APIN),

Texto Pedro Morgado Fotografia Notícias de Penacova

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  • 19:14 | Sábado, 29 de Fevereiro de 2020
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Cerca de três centenas de pessoas saíram este sábado à rua em Penacova para contestar o aumento das taxas da água e a gestão do saneamento recentemente a cargo da Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior (APIN), uma entidade intermunicipal de capitais exclusivamente públicos que congrega os municípios de Alvaiázere, Ansião, Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos, no distrito de Leiria, além de Góis, Lousã, Pampilhosa da Serra, Penela, Vila Nova de Poiares e Penacova, no distrito de Coimbra.

Na origem da contestação, que juntou largas centenas de populares junto à Câmara Municipal, estão os aumentos na factura da água e saneamento que chegam a atingir os 30 por cento e que, em muitos casos, estão a ser aplicados indiscriminadamente mesmo a quem não é servido pela rede pública de saneamento. Este aumento é justificado com a necessidade de correcção do défice tarifário dos 11 concelhos que compõem a empresa (há também seis do distrito de Coimbra), que no total ascende a seis milhões de euros anuais.

Vários populares confrontaram Humberto José Baptista Oliveira, presidente da Câmara Municipal de Penacova (PS) e ao mesmo tempo presidente do Conselho de Administração da APIN, com as facturas recebidas durante a realização de uma espécie de “assembleia municipal” transmitida em directo pelas televisões a partir das portas do município. As explicações dadas pelo autarca são vagas e centradas no argumento da “subida inevitável”.


Por cá tudo calmo

Por cá tudo calmo. Apesar de no concelho de Viseu a subida das tarifas de água e saneamento não ser uma novidade (nos últimos seis anos as tarifas já foram actualizadas três vezes, não incluindo as correcções anuais) pouca é a atenção dada ao tema.

Aqui, a conclusão só pode ser uma. Aumentando ou diminuindo o intervalo dos escalões, subindo ou descendo o valor do metro cúbico, apoiando mais ou cortando a subsidiação às famílias carenciadas, a factura é sempre a subir.

Exemplo disso é o comparativo que recentemente circulou nas redes sociais no qual se pode ver que no espaço de apenas um ano, de 2019 a 2020, o preço de 22 metros cúbicos (água e saneamento) disparou cerca de 30 por cento (de cerca de 42 euros para 55 euros). E isto sem se ter conseguido concretizar a conversão dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento de Viseu (SMAS) numa empresa pública/privada, para a qual há que eleger um novo conselho de administração remunerado de acordo com a responsabilidade e o “risco” da função.

Até aqui tudo bem, mas aposto que o meu nome não está a ser considerado para presidir a tão ilustre organismo.

2019:

 

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