Perlimpim, sai coelho da cartola do marqueteiro do Rossio

É assim no Viseu Marca, onde consta já estarão ao serviço 14 apaniguados, com tudo o que isso representa de despesa operacional numa empresa cuja quási metade de capital é público e da qual não se conhecem as contas de gestão e provavelmente nem convém que se conheçam tão cedo. Serão conhecidas no dia que a situação financeira seja de todo insustentável e só nessa ocasião Viseu perceberá o que significa num espaço tão aprazível como o campo de São Mateus ter andado por lá um eucalipto que nem para madeira de sobrado servirá!

Texto Paulo Neto Fotografia Direitos Reservados (DR)

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  • 20:29 | Quarta-feira, 03 de Junho de 2020
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Se em terra de cegos quem tem olho é rei, este parece ser o lema e rifão que o marido da directora do Viseu Marca assume para si próprio, na presunção de que não há viseense que se lhe ofereça como obstáculo ou impedimento à prossecução dos fins que auto desenhou.

Diz o marqueteiro do Rossio na apresentação de mais uma ferramenta “inovadora” e igual a tantas outras que por aí existem, o Viseu Compra Aqui, semelhante ao Viseu Shop, o Guia Viseu ou o recente Dott – Mercado Viseu Dão Lafões anunciado pela CIMVDL, por exemplo, que “todas as metáforas são boas quando o projeto é bom”.

Assim sendo, neste “manto diáfano da fantasia” só se embrulha quem quer e como ainda por cima a bondade do artista só tem a validade de um ano é bom que os comerciantes usem de igual estratégia para com o produtor da “mescla negocial” que lhes vendem.


Enquanto for gratuita testem ao máximo para verificar do seu sucesso e por eles e pela região era bom que pegasse de estaca, ganhasse fundações e profundas raízes fazendo com que o volume de vendas aumentasse na mesma ordem e dimensão do ego do criador da dashboard da app de Compr’aqui Viseu!

O meu receio é que à semelhança de tudo onde o importado de Ovar coloca a mão se transforme em efémero, imagem imersiva e experiência “bust” de tudo quanto têm sido os seus projectos, ou em metáfora mais adequada, quanto têm sido os seus orgasmos intelectuais!

Indiferente às inúmeras e devastadoras críticas que grassaram pelas redes sociais em finais de Abril quando anunciou o sonho que o invadiu em plena pandemia, depois de o pasquim cá do burgo ter noticiado a 04 de Abril e de novo a 12 de Abril uma iniciativa graciosa e voluntariosa de um jovem programador a que convencionou chamar Viseu Shop, ensaiou uma série de argumentário que rapidamente se percebeu falacioso, com o final apenas de desvalorizar o trabalho do jovem e reafirmar a negociata já preparada com os parceiros institucionais e criadores.

Que era um site de vendas online, que a marca já era usada internamente, e nessa linha de defesa escrevi na ocasião nas redes sociais que e cito “se bem se imagina o modus operandi do sabidão inventor da marca facilmente se depreenderá que não deixará a seguir de dar a mão ao jovem plagiador a troco de uma promessa de um apoio municipal.”

Convido-vos agora a visitarem o site https://www.viseucompraqui.pt e a clicarem no canto inferior direito no “parceiro de divulgação”. Que tal? Estamos esclarecidos ou precisam de mais uma metáfora para melhor perceberem do carácter ou da falta dele de quem é pago para nos governar?

Tem sido esta a sistemática conduta do assessor feito vereador e mais ainda presidente in facto, anulando toda a iniciativa privada e criatividade dos viseenses em mero benefício pessoal e político da sua figura.

Já foi assim com os Jardins Efémeros, é agora com esta outra iniciativa e assim será e cada vez pior com o aproximar de um ano eleitoral, daqui para diante, com tudo o que surja da cabeça ou do trabalho de um viseense e que possa resultar em favor da seu objectivo de permanência no poder.

É assim no Viseu Marca, onde consta já estarão ao serviço 14 apaniguados, com tudo o que isso representa de despesa operacional numa empresa cuja quási metade de capital é público e da qual não se conhecem as contas de gestão e provavelmente nem convém que se conheçam tão cedo. Serão conhecidas no dia que a situação financeira seja de todo insustentável e só nessa ocasião Viseu perceberá o que significa num espaço tão aprazível como o campo de São Mateus ter andado por lá um eucalipto que nem para madeira de sobrado servirá!

No meio de tudo isto, há que se lhe tirar o chapéu porque ainda consegue validar a sua conduta prepotente trazendo à apresentação de uma ideia copiada de tantas outras iguais e que de seu nada terá, a Ministra da Coesão Territorial num momento teatral digno das melhores pancadas de Molière, embora metaforicamente, a vara roliça de sete pés de altura do contra-regra melhor som desse se as três pancadas secas e consecutivas não se perdessem no frio granito do Rossio.

Claro que a ministra bem como todos os demais oradores, incluindo o esforçado Presidente da Associação de Comerciantes, agora também associado da Viseu Marca e portanto obrigado metaforicamente a aceitar o cabresto para poder chegar à manjedoura, concordam que a ser cobrada uma taxa adicional de 7% ao comerciante sobre os produtos (não será má se o comerciante entregar a mercadoria e os CTT tratarem de tudo, embalagem, transporte, venda, envio, devoluções, etc., caso contrário como as condições levam a crer que os CTT em cada venda cobram os custos do serviço, sendo um directório de lojas, 7% é um roubo maior do que o IVA de alguns dos produtos vendidos) a que acrescem os custos de logística e transporte ao consumidor final são uma boa solução.

Voltemos às metáforas e desta vez com Pessoa para desejar que este “comboio de corda que gira a entreter a razão” resulte bem para o comércio local. Metaforicamente falando, claro, para o marido da directora do Viseu Marca não resultou mal.

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Publicado em Opinião