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Manuel João Dias
No início de 2020 o governo francês, utilizando um expediente legislativo que exclui a discussão de propostas de lei, fez aprovar o novo diploma que regerá as pensões. No entanto logo foi posto “no congelador” face à situação pandémica.
Diga-se que é um diploma “revolucionário” no sentido de que altera totalmente a fórmula de cálculo e substituirá os quarenta e dois regimes de reforma existentes por um regime universal por pontos e não referenciado às contribuições.
A aprovação deu-se no arrastar de uma forte contestação social e foi limitadora da concertação desejável.
Tal diploma encerra o cumprimento de uma promessa eleitoral do Presidente Macron que só tem uns meses para a cumprir.
Agora Macron refere vagamente que a reforma das pensões deverá ser “mais simples e mais justa”.
Tais palavras são entendidas como o “funeral” do proposto sistema por pontos, ou seja o não cumprimento da promessa eleitoral.
Para já nada de decisões.
Macron alega estar em reflexão para tomar uma decisão difícil.
Os seus críticos chamam-lhe indecisão.
Uma coisa é certa, Macron tem sido um Presidente preocupado com a “boa imprensa” e muito preocupado com o marketing:
Em 2018 era o Presidente do “diálogo”, em 2019 era “mais humano”, em 2020 era um Presidente “reinventado”, agora apresenta-se como da “reflexão”.
Aguardemos a evolução deste tema!
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