Paris… porque o medo e o terror não podem triunfar!

  Trago-vos hoje, depois de dias trágicos para a França, para a Europa e para a nossa civilização, pequenos excertos de um texto que escrevi aquando da apresentação do livro “O crime de Cerejeiro”, de Joaquim Sarmento, editado pela Papiro, um livro de 2008. E trago aqui estes excertos pelo facto de neles haver inúmeras […]

  • 19:28 | Segunda-feira, 16 de Novembro de 2015
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Trago-vos hoje, depois de dias trágicos para a França, para a Europa e para a nossa civilização, pequenos excertos de um texto que escrevi aquando da apresentação do livro “O crime de Cerejeiro”, de Joaquim Sarmento, editado pela Papiro, um livro de 2008.

E trago aqui estes excertos pelo facto de neles haver inúmeras referências a Paris.


E trago-os aqui porque quero continuar a olhar para essa colossal cidade como a cidade da liberdade, da igualdade e da fraternidade. Porque quero continuar a viver com o espírito de Paris, dessa Paris de sempre, dessa Paris-luz, que nos apaixona e a quem nos doamos.

E se aqui os relembro é para vos dizer que o terrorismo não pode vingar, o terror e o medo não podem triunfar.

E se aqui os compartilho é porque me quero associar à Torre Eiffel, ao Sacré Coeur e ao Montmartre, ao Quai d’Orsay e à Bastilha, ao Louvre e à Notre-Dame, aos Champs Élysées e aos Bateaux Mouches… afinal, porque me quero solidarizar com o povo francês.

Então escrevi-os, hoje e no futuro quero continuar a escrevê-los imbuído da mesma Paris:

«(…) Eu venho falar-vos de um homem criado pelo autor. De um homem culto. De pensamento livre. De um amante da liberdade e da felicidade. (Que nem sempre encontra). De um homem que vagueia que busca. Que perscruta. Que questiona. Que se relaciona. Que ama. Que arde de paixão. Em Paris. Muito em Paris. No Louvre. No Museu d’Orsay. Nessa cidade eterna. (Tua cidade eterna?) De um homem que sorveu e amou nessa Paris de ontem e de hoje. De sempre.

Isto a propósito da passagem do livro: “Fizeram o trajecto que vai da praça de Vendôme a Orsay a pé e aos beijos. Não se coibiram mesmo de exibir, como se de uma sessão de autógrafos se tratasse, um prolongado beijo na boca, numa das passadeiras (…) provocando a ira de alguns automobilistas e as palmas de um numeroso grupo de jovens (…)” (pág. 28 do livro).

E eu continuei: “De um homem que pisou as ruelas de Montmartre (não citadas) mas que se percebem. Nas ruelas dos pintores vagabundos, navegantes, de que ele tanto gosta. Nos espaços dos criadores da cor do som. Do gemido. Nos territórios da cor dos suores famintos exalados nas alcovas apertadas. Dos inventores do timbre das paixões cegas. E de ciúmes” [a propósito da passagem do livro]: “gostava (…) de provocar o parceiro, para poder sentir ciúmes. Não por masoquismo, mas por saber que à tempestade verbal desse entorse do amor, se seguiriam as delícias do leito da volúpia que evaporava todos os ciúmes” (pág. 26 do livro) (…).

Liberté, Égalité, Fraternité.

Toujours.

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Publicado em Opinião