Os altos voos da TAP

Segundo o jornal “Expresso” Neeleman terá lesado a TAP em 444 milhões de dólares.  Segundo o jornal "ECO", a TAP pagou mais 254 milhões de dólares acima do valor de mercado pelos 53 aviões à Airbus, que em contrapartida terá adiantado a verba necessária para capitalizar a companhia.

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  • 14:41 | Sábado, 11 de Fevereiro de 2023
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A Transportadora Aérea Portuguesa tem andado numa sarabanda reacendida desde o caso Alexandra Reis, tendo nos últimos tempos, pelos piores motivos, sido alvo e objecto de controvérsias e polémicas e, ao que continua a vir a lume, irá ainda procissão no adro…

O estranho caso da sua acelerada privatização em 2015; a venda ao milionário norte-americano David Neeleman, que afinal não teria o dinheiro todo para concretizar o negócio; a forma como a Airbus o terá financiado a troco da compra de aviões A 350, a preços exorbitados, que terá rendido a Neeleman o suficiente para lucrar 70 milhões; a urgência de Passos Coelho em concretizar o negócio antes de sair do governo de gestão (2015); a saída da TAP de Neeleman com um lucrativo encaixe de milhões; as suspeitas levantadas, em outubro de 2022, e as declarações do ministro Pedro Nuno Santos em audição na AR:

“A administração, a determinada altura, suspeitou que nós estaríamos a pagar pelos aviões mais do que os concorrentes pagavam. A administração pediu a auditoria, essa auditoria foi concluída, entregue ao Governo e nós, perante dúvidas perante as conclusões daquela auditoria, encaminhámos a auditoria para o Ministério Público”, mais afirmando “O PSD quando foi Governo vendeu a TAP por dez milhões, responsabilizando-se por dívidas passadas e futuras junto dos bancos financiadores” (…) “Em vez de vender a um acionista que capitalizasse a empresa, vendeu a um acionista que a endividou”, ou seja, a Neeleman que ficou com 61% da companhia em parceria com o português Humberto Pedrosa.


Segundo o jornal “Expresso” Neeleman terá lesado a TAP em 444 milhões de dólares.  Segundo o jornal “ECO”, a TAP pagou mais 254 milhões de dólares acima do valor de mercado pelos 53 aviões à Airbus, que em contrapartida terá adiantado a verba necessária para capitalizar a companhia.

E por aí fora, os ziguezagueantes voos, não da TAP, mas dos seus “patrões”, não cessam de causar perplexidade pelos contornos estranhíssimos de quanto foi feito nestes derradeiros 8 anos.

Neste momento e em pré-vésperas de nova privatização, o caso está nas mãos da PGR. Vamos aguardar expectantes pela investigação da Justiça.

 

 

 

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Publicado em Opinião