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Paulo Neto
O calor é um ió-ió nas mãos de um menino…
O incêndio é um fósforo nas mãos de um criminoso.
O país é um paiol descontrolado.
A meteorologia está insane e imprevisível.
Os governos tapam os olhos e não querem ver a realidade de um território abandonado onde os matagais proliferam a esmo.
O Estado é o maior detentor de floresta ao Deus-dará.
Ninguém ousa cadastrar os bosques letais, freguesia a freguesia, de todos os 308 concelhos nacionais.
Identificar os proprietários.
Dar-lhes prazos e condições para limpeza das espécies invasivas.
Coimar os relapsos.
Expropriar aos renitentes.
Agitar o obsoleto Ministério da Agricultura.
Criar leis sobre a plantação de espécies perigosas e impróprias para certos territórios.
Alterar a lei no que concerne à punição do fogo-posto.
Ir ao âmago dos interesses ou dos interessados com a destruição da floresta.
Agir.
Vermos quem manda, carpir-se “no teatro das chamas”, não passa de uma pantomina de pseudo-protagonistas em “pontas” sob os holofotes mediáticos.
Lágrimas sobre o fogo não o apagam.
Nem beijos nem abraços ressuscitam os finados.
Deixem de tomar por parvos e néscios os portugueses e respeitem as suas vidas e os seus bens.
Percam a cobardia e legislem, mesmo contra os lobis “afagadores” da espúria e vil ganância dos hipócritas e vendidos.
(Foto DR)
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