O desperdício alimentar

Portugal, na União Europeia, ocupa o 4.⁰ lugar dos países que mais desperdiça, com 184 kg desperdiçados por cada pessoa, num ano, acima da média da UE (173€), com um custo aproximado de 28€ mensais por indivíduo.

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  • 16:59 | Segunda-feira, 09 de Outubro de 2023
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A 29 de Setembro, assinalou-se o Dia Internacional da Consciencialização sobre Perdas e Desperdício Alimentar, anunciado pela Assembleia Geral da ONU, em 2020. O objectivo da data é sensibilizar a sociedade para o problema e chamar a atenção dos sectores público e privado para a necessidade da sua redução.

Portugal, na União Europeia, ocupa o 4.⁰ lugar dos países que mais desperdiça, com 184 kg desperdiçados por cada pessoa, num ano, acima da média da UE (173€), com um custo aproximado de 28€ mensais por indivíduo.

Fazendo as contas, as perdas ascendem a 336€/pessoa/mês, a que correspondem mais de 3.3 mil milhões de euros anuais perdidos em más práticas de gestão alimentar.


Sem dados oficiais, estima-se que um milhão e 800.000 de toneladas de alimentos sejam deitados para o lixo, desperdiçados em toda a sua cadeia de valor, o que daria para responder a 360.000 pessoas com carências alimentares no nosso país, que tem 1 milhão e 600.000 de cidadãos a viver abaixo do limiar da pobreza.

Os agregados familiares, em média, foram responsáveis por 55% do desperdício, sendo os restantes 45% gerados na cadeia de abastecimento alimentar.

Os portugueses estragam mais em família, nos restaurantes e na distribuição, e menos na agricultura, na pesca ou na distribuição de alimentos.

Na UE, são geradas quase 60 milhões de toneladas de resíduos alimentares e cerca de 10% dos alimentos disponibilizados aos consumidores podem estar a ser desperdiçados.

No mundo, milhões de pessoas não têm acesso a uma alimentação saudável. A FAO, organização da ONU para a Alimentação e Agricultura, estima que um 1/3 do que se produz é desperdiçado, enquanto a fome atinge 828 milhões de pessoas, em todo o mundo, um número arrasador, que arrasta consigo um imenso poder destrutivo.

 

Reduzir estes números é uma das prioridades da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas e da UE. O problema é alarmante, tem consequências sociais, económicas e ambientais impactantes, e só a educação, a consciencialização e a acção poderão contribuir para minorar os erros identificados, da produção e transformação, à distribuição e ao consumo.

A cada um de nós, cabe a sua quota-parte de responsabilidade na resolução da emergência.

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Publicado em Opinião