A França não é um país de brandos costumes. E tal tem-se constatado também ultimamente com as plurais ondas de contestação que têm marcado a presidência flutuante de Macron.
Uma das mais violentas convulsões da sua História foi a Revolução Francesa (1789-1799). Pela primeira vez o povo revoltado levou à guilhotina milhares de franceses da aristocracia e do alto clero, rei e rainha incluídos, o rei Luís XVI e sua consorte, Maria Antonieta.
A própria revolução, de tão violenta, levou à morte os seus principais mentores Marat, Danton e Robespierre, entre outros jacobinos.
A seguir foi a vez do antigo presidente da República, Nicolas Sarkozy (2007/2012), um político do centro-direita, a cinco anos de prisão efectiva, pena que começou a cumprir dia 21 deste mês na Prisão de La Santé, em Paris, pelas suas ligações e recebimento de milhões de euros do antigo presidente líbio Muammar Kadafi.
Estas condenações não só são um duro revés para a extrema direita e para o centro direita gaulês, como são também, na sua repetição, uma relevante perspectiva de “study case” comportamental na falta de rectidão e de escrúpulos manifestada, na imunidade e impunidade a que estes políticos se julgavam alcandorados e na antevisão daquilo que poderá ser o exercício de poder de líderes desta família europeia.
(Foto DR)