Idadismo no mercado de trabalho

Não raras vezes, deparamo-nos com medidas idadistas que visam dispensar trabalhadores mais velhos. São encontrados subterfúgios linguísticos, eufemismos para não se assumir a verdade pura e dura: “reestruturação”, “reorganização”, “inadaptação à nova estratégia”, “captação de novos talentos”. Temos que dizer basta, stop idadismo!

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  • 10:08 | Quinta-feira, 30 de Novembro de 2023
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As atitudes idadistas têm um impacto devastador em diversas dimensões:  no emprego, na saúde, na economia e na coesão social… O Idadismo prejudica-nos em vários momentos das nossas vidas e produz consequências graves para a nossa saúde física e mental, prejudicando a qualidade e a esperança de vida. O mercado de trabalho está impregnado de idadismo que limita o acesso, a permanência, a procura de novas oportunidades ou, mesmo, iniciativas empreendedoras. Não raras vezes, deparamo-nos com medidas idadistas que visam dispensar trabalhadores mais velhos. São encontrados subterfúgios linguísticos, eufemismos para não se assumir a verdade pura e dura: “reestruturação”, “reorganização”, “inadaptação à nova estratégia”, “captação de novos talentos”. Temos que dizer basta, stop idadismo!

 


 

A AGE PLATAFORM publicou o relatório “AGE Barometer 2023: We need to empower older people in the EU labour market!” com foco nas barreiras que impedem os trabalhadores mais velhos de permanecerem nos seus empregos e de encontrarem uma nova oportunidade. Algumas conclusões significativas: 2/5 das pessoas entre os 55 e os 64 anos não têm trabalho; o risco de desemprego de longa duração aumenta com a idade; as oportunidades de trabalho são limitadas depois da idade da reforma; os limites de idade no acesso ou manutenção de um emprego são discriminatórios; as práticas idadistas prevalecem no mercado de trabalho; as pessoas idosas não constituem um grupo homogéneo; as estratégias de Higiene e Segurança no trabalho (HST) devem considerar a dimensão do envelhecimento no local de trabalho; o idadismo é uma das causas de problemas de saúde mental: 43,1% dos 55-64 anos de idade foram expostos a fatores de risco suscetíveis de afetar o seu bem-estar mental; as novas tecnologias levantam um risco claro de exclusão.

As más notícias do AGE Barometer foram, de certo modo, aliviadas com o reconhecimento do nosso trabalho na Associação Stop Idadismo. O trabalho desenvolvido, nos últimos dois anos, na luta contra o idadismo, foi reconhecido como um case study, pelas Nações Unidas, no âmbito da Década para o Envelhecimento Saudável 2020-30. A ONU, lançou, no dia 22.11.23, em Genebra, na sede das Nações Unidas, num evento híbrido, o relatório global “UN Decade of Healthy Ageing Progress Report 2023”.

O relatório integra algumas das ações do Movimento / Associação Stop Idadismo.  Um orgulho imenso para todos nós, homens e mulheres que tornam possível a concretização da missão: lutar por um mudo para todas as idades – #AWorld4AllAges. Soube-nos muito bem! Estamos na luta, não baixamos os braços. Preparamo-nos para os tempos que se avizinham de campanhas e disputa eleitoral.

Há tanto caminho para andar, no que diz respeito à igualdade e à não discriminação em razão da idade. Temos propostas para apresentar a quem nos quiser escutar e tenha verdadeiramente vontade de mudar e cimentar a intergeracionalidade, numa comunidade inteligente, solidária e feliz.

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Publicado em Opinião