Grandes grupos económicos a lucrar e famílias de bolsos quase vazios

À boleia da guerra, as famílias perderam poder de compra, enquanto os grandes grupos económicos engordaram substancialmente.

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  • 13:32 | Sábado, 30 de Julho de 2022
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Quem mais sente a crise económica, motivada ou não pela guerra, é o povo trabalhador.

A análise económica ao 1.° semestre de 2022, marcado pela guerra na Europa desde 24 de fevereiro, não provocou qualquer dano aos grandes grupos económicos portugueses, nem à banca.

Muito pelo contrário, os lucros do comércio a retalho, dominado pelos Grupos Jerónimo Martins e Sonae, obtiveram lucros acima do previsto, com a empresa dona do Pingo Doce a ter proventos de 40%, só neste primeiro semestre.
Os lucros acima do previsto chegaram também à Galp (energia e combustíveis) e à EDP renováveis (energia).

No lado oposto, as famílias assistiram a um aumento significativo dos gastos com alimentação, energia e combustíveis, ou seja, bens essenciais, pois, todos temos de comer e de nos deslocar.


As famílias que compraram casa vêem-se confrontadas com os recentes aumentos das taxas de juros.

À boleia da guerra, as famílias perderam poder de compra, enquanto os grandes grupos económicos engordaram substancialmente.

O governo também foi outro dos beneficiários, pois, neste primeiro semestre, atingiu as receitas previstas para o corrente ano, resultantes da cobrança de impostos indiretos, muito por culpa do aumento da taxa de inflação que atingiu os produtos alimentares, a energia e os combustíveis (o consumo de gás e da electricidade ainda são taxados a 23% na maior parte dos casos).

Aqui chegados, só uma redução de impostos indiretos poderá colocar alguma justiça económica entre os grandes beneficiados e aqueles que não tiveram qualquer benefício, neste primeiro semestre do ano.

 

(Foto DR)

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Publicado em Opinião