Demito-me hoje, recandidato-me amanhã…

Um truque de pacotilha que nada muda, apenas demonstrando que o ziguezague constante é o modo operativo deste político, líder de um partido exclusivamente centrado na sua pessoa de “one man show” com muito jogo de cintura, malabarismo na língua e ligeireza nos pés.

Tópico(s) Artigo

  • 12:10 | Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 2021
  • Ler em 2 minutos

Quando o teatro aterra na política dá azo às mais demagógicas representações. Uma espécie de pantomina de pacotilha, paródia cómica ou, porque não, satírica farsa vicentina.

De forma a pressionar o eleitorado, o líder do Chega ameaçou que se demitiria se não ficasse em 2º lugar, à frente da candidata Ana Gomes nas presidenciais.

Tal ameaça, como agora se vê, e para além do acto meramente intimidatório aos putativos votantes indecisos, prova agora a vacuidade do gesto, pois duas semanas após as eleições, tendo ficado atrás de Ana Gomes, demitiu-se para dizer que é um homem de palavra e para no dia seguinte apresentar a sua recandidatura.


Um truque de pacotilha que nada muda, apenas demonstrando que o ziguezague constante é o modo operativo deste político, líder de um partido exclusivamente centrado na sua pessoa de “one man show” com muito jogo de cintura, malabarismo na língua e ligeireza nos pés.

Até agora não se conhece mais nenhum candidato, embora o partido possa arranjar um de última hora para fazer de conta que há eleições muito participadas, com plurais pretendentes ao título. Logo se verá, a 6 de Março.

Neste momento e através desta III Convenção Nacional do Chega, o objectivo é congregar todas as forças, em torno do “novo” líder para, como ele diz, “alcançar a presença no executivo do país.”

De acordo com o documento “Governar Portugal”, o Chega diz ao que vem e, com o PSD rendido ou sem ele:

“O objetivo do partido deverá ser agora, sem dúvidas ou tibiezas, o Governo de Portugal. As mudanças que temos de efetuar, o combate feroz à corrupção, a reforma da justiça, a dignificação dos polícias, médicos, enfermeiros, professores e de todos os que estão na linha da frente contra esta pandemia, a reforma do sistema fiscal e a reforma global do sistema político, só o conseguiremos efetivamente se os portugueses nos derem um voto de confiança para governar Portugal.”

O caderno de encargos não é modesto… e atrás dele correrão os ressentidos, empresários lambareiros e os “perseverantes lutadores”, politicamente desempregados e disponíveis para o “forró”.

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Opinião