Covid-19: a epidemia dos países ricos, e seus imitadores, paga com mortes evitáveis e com uma economia no caos

O certo é que a narrativa parecia ter sido atempadamente preparada pela poderosa Big Pharma. Se assim não fosse não tinha sido anunciada a toxicidade extrema da Hidroxicloroquina e proibida a sua venda pela então Ministra da Saúde da França (desde 13 de janeiro!), quando ainda não havia sinais do vírus fora da China, e onde este medicamento já estava a ser usado com sucesso.

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  • 17:20 | Terça-feira, 10 de Novembro de 2020
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Je ne fais que dire ma vérité, au milieu de ce vacarme de mensonges, d’exagérations et d’hystéries nourries de peur et d’alarmisme inutile.

Pascal Sacré (médico intensivista belga, recentemente demitido do hospital de Charleroi).

Quelle sera la suite? j’ai peur… peur de m’exprimer, peur des conséquences d’un débat scientifique à sens unique, peur pour ma famille, peur pour mes enfants.


Est-ce que nous souhaitons que nos enfants grandissent dans un monde aux allures dogmatiques, sans discussion, sans débat?

Audrey Vanhaudenhuyse (PhD, que com ele se solidariza).

 

Um “estranho” vírus que se comporta como a generalidade dos restantes

Um novo coronavírus, ao contactar com a espécie humana, provoca uma curva que cresce, acentuadamente, no início, atinge depois um pico, e começa, enfim, uma descida menos acentuada do que a subida (na proporção de um para três, no caso vertente), mas equivalente em termos de retorno a zero. No final, de forma sistemática, a curva que a crise desenha é uma gaussiana, à imagem da que se vê abaixo, prevista, de resto, por André Dias, desde março/abril. Se a opção foi pelo alarmismo, não foi por falta de alertas. Mas, nada como um caso de “laboratório” (a Suécia “prestou-se” a sê-lo), para testar esta hipótese geral para a explicação de todas as epidemias antes estudadas. Note-se que quando se fala de segunda vaga, a evocação é relativa à “gripe espanhola”. Ora, a famosa segunda vaga da gripe espanhola não foi viral, mas antes bacteriana (para a qual, em 1919, não havia antibióticos como agora dispomos, e daí a sua enorme letalidade), pelo que tecnicamente diferente da crise do ano anterior.

Mandaria a prudência que se cuidasse, evidentemente, das pessoas vulneráveis na fase ativa da doença e se deixasse as pessoas saudáveis contactar com o vírus para que a “vacinação natural” se pudesse operar.

Seria isto mesmo que aconteceria, se não se propagandeasse agora uma medicina dita científica (dominante nas escolas e “generosamente” financiada pelos interesses da Big Pharma, como já existe ampla evidência), a qual já tinha prevista esta situação de propaganda de uma pandemia sem solução fora da vacina que haveria de vir. Foi precisamente pela vacina natural que optaram, na Suécia, e na generalidade dos países pobres que não têm recursos para entregar aos novos senhores do mundo.

Para a prevenção dos casos graves ministra-se um antiviral barato como a Hidroxicloroquina aos primeiros sintomas, associado a um antibacteriano amplamente testado e igualmente barato.

Apreciemos a narrativa em curso desde o início da crise. A existência de dois medicamentos baratos e eficazes faria perigar a narrativa do vírus, devidamente “diabolizado”, apodado de “assassino”, dado como capaz de múltiplas reinfeções e que, por isso, se desenvolveria por vagas sucessivas, sem “desenhar” uma curva de Gauss única. Estranhamente, porém, foi designado de SarsCov2, isto é, declarado como muito semelhante ao SarsCov1. Esperava-se, igualmente, que ninguém se lembrasse que já tinha sido a Hidroxicloroquina que tinha tratado a doença causada por este último coronavírus? “O gato tinha, desde o início, o rabo de fora!”

O certo é que a narrativa parecia ter sido atempadamente preparada pela poderosa Big Pharma. Se assim não fosse não tinha sido anunciada a toxicidade extrema da Hidroxicloroquina e proibida a sua venda pela então Ministra da Saúde da França[1] (desde 13 de janeiro!), quando ainda não havia sinais do vírus fora da China, e onde este medicamento já estava a ser usado com sucesso. Quando, em fevereiro, o Professor Didier Raoult anuncia que, se devidamente doseado, o medicamento, associado à Azitromicina, era imediatamente eficaz, foi um clamor geral a tratarem o eminente académico de charlatão. O problema é que o “protocolo Raoult”[2], como ficou conhecido, funcionava, desde que ministrado na primeira ou mesmo no início da segunda fase. Em todo o mundo a terapêutica se instala, ao mesmo tempo que uma minoria “coerente, consistente e ativa” de comentadores manteria a eficácia da narrativa preparada, até aos dias de hoje (em linha com o que teorizou S. Moscovici). O mundo dividia-se entre pobres (atentos à curva de Gauss do vírus, à sintomatologia e à terpêutica disponível) e ricos em espectativa da vacina e em negação das evidências. Para que não se desse conta da curva de Gauss que o vírus descrevia, indicativa da normalidade, a propoganda camuflava a realidade, falando apenas de casos acumulados. Esses, evidentemente, estão sempre a subir. É a estratégia de comunicação adequada à difusão e generalização do pânico.

Não pode deixar de reconhecer-se que houve extrema eficácia, mesmo se nem todos alinham na narrativa mediática, como mostra o caso, acima, de Pascal Sacré (e não é o único, a quem aqui homenageamos).

Não foi por ser uma voz isolada que Galileu deixou de ter razão: a Terra move-se. Estranha narrativa! A Suécia existe e constitui uma exceção na Europa. No resto do mundo há, entretanto, uma maioria esmagadora de países que depositaram as suas esperanças, não na nova divindade, a Big Pharma, mas no talento humano que, desde há muito, produzira moléculas eficazes e acessíveis, para esta e outras patologias similares, como se demonstra pelos dados que referimos abaixo. A narrativa da Big Pharma, apesar da “credibilidade” da OMS, não convenceu a maioria da humanidade. A Europa e a América aceitaram ser o “grupo experimental” da Big Pharma, mas a Suécia e a maioria da África, da Ásia e da Oceania, constitui um verdadeiro “grupo contrôle”. Os problemas acontecem, em catadupa, no grupo que designámos de experimental, enquanto no grupo contrôle se vive a vida com normalidade. Vão tirando as vossas conclusões!

É esta a hipótese da curva de Gauss única, e da improbabilidade de uma qualquer segunda vaga, que aqui iremos procurar desenvolver, apoiados no caso sueco, onde não houve intervenção que contariasse o normal contacto do vírus com a espécie humana.

Todos os que apontam para a existência de uma “segunda vaga”, apoiam-se na multiplicação de testes positivos, critério que nenhum epidemiologista qualificado subscreve.

Gráfico 1 – A curva de Gauss desenhada pela mortalidade da Covid-19 na Suécia

 

A curva da mortalidade, que afetou aquele país nórdico, fala por si, como se documenta, igualmente, em diversos gráficos apresentados abaixo. Daqui se conclui que a evolução da doença nos países ricos podia ser equivalente à da Suécia e à da generalidade dos países pobres, e hoje ninguém se preocuparia com a “pandemia” porque a curva não remonta quando não houve o recurso ao confinamento. A OMS e a Big Pharma estariam há muito a falar sozinhos!

Compare-se a curva da França, com todas as medidas de confinamento e que trouxeram as consequências económicas que conhecemos, igualmente em Portugal, com a curva da Suécia, apresentada acima. Qual o real efeito das medidas ditas extrafarmacológicas sobre a dinâmica do vírus? O mais visível é, sem dúvida, o facto de a curva não ter conseguido chegar a zero, como na Suécia. Quando depois do verão recomeça a contagiar as zonas poupadas na fase mais aguda, as autoridades sanitárias chamam-lhe “2ª vaga” para “esconderem” a ineficácia da gestão da “pandemia”. A “retoma” das mortes, ao contrário do que se verificou na Suécia, pode dever-se ao facto de, com o confinamento, haver zonas de baixa densidade populacional que só agora estar a ser atingida, sem que seja legítimo designá-la de 2ª vaga[3].

Gráfico 2 – Mesma curva desenhada pela mortalidade (Covid19) na França

 

O número maior ou menor de mortes num determinado período epidémico depende da capacidade de cuidar das pessoas e não de querer controlar o fenómeno, conhecendo-se o designado “efeito de ceifa” (como lhe chamam os demógrafos) que este tem na “compensação” da sub-mortalidade em anos precedentes. A mortalidade das gripes sazonais de 2018 e de 2019 fora particularmente baixa (escassas dezenas em lugar de 5 a 15 mil mortes só em França).

Será que a Suécia geriu mal o confinamento da população idosa, como foi acusada pela imprensa internacional, mas como também reconheceram as autoridades do país? Quanto à França, que deitou a economia ao charco, fez melhor?

Nós lembramos um outro pormenor, que tem escapado aos comentadores do caso sueco. É que o país não aderiu ao “protocolo Raoult”, pormenor esse que não escapou aos investigadores da Universidade de Yale (Maudrux, 2020/25/10 – Le quotidien du médecin), e desse ponto de vista pertence aos países que conheceram uma elevada mortalidade. O Gráfico seguinte é revelador!

Gráfico 3 – Número de mortes por Covid-19 em diferentes países de abril a julho e o efeito da utilização da Hidroxicloroquina

 

Tivessem todos os países aderido aos tratamentos disponíveis, e a Covid-19 não teria passado de uma gripe normal, mas ligeira, como se mostra nos estudos citados.

Mas nem todas as notícias são o que parecem: seis estados brasileiros (em 27), que proibiram a Hidroxicloroquina, contabilizam 82% das mortes por Covid-19, no país; a imensa maioria das mortes, nos EUA, ocorreram em estado democráticos que proibiram, igualmente, esta molécula antes considerada de venda livre[4].

 

Estado atual da situação a nível do mundo

Comparem-se, pois, os dados oficiais do conjunto dos países europeus e o conjunto Canadá e EUA com os do resto do mundo e veja-se se é possível descortinar onde se encontra a suposta superioridade da “ciência” médica ocidental. Se se tratasse de um vírus assassino, os países pobres seriam os mais sacrificados. Recorde-se o anúncio dos 15 milhões de africanos mortos pela pandemia, de que A. Guterres falava, nos finais de março. Azar dos interesses instalados! Vejam-se os números (24/10/2020) enão se esqueçam daquelas palavras do SG da ONU quando verificarem as escassas dezenas de milhar de óbitos em África:

Tabela 1 – Mortalidade nos países ocidentais face aos restantes

População

(milhões)
% da Mortalidade por Covid-19 face à População Global[5]
Mundo
7.790
100

Europa
747
9,6
21,54
E.U.A. + Canadá
365
4,7
20,82
Europa + EUA + Canadá
1.112
14,3
42,36
A. Latina
665
8,5
33,81
Ásia + África + Oceânia
6.023
77,3
23,82
Ásia + África + Oceânia + A. Latina
6.688
85,9
57,64

Os países ricos (cerca de 20% da população mundial), com os melhores sistemas de saúde e com as melhores escolas de medicina, somam 42,36% das mortes! Não é estranho?

É importante que ninguém deixe de se interrogar sobre os interesses que se poderão esconder por detrás do discurso do pânico e da pandemia de casos de contágio, que em lugar de serem contabilizados como “vacinações naturais” são apresentados como “doentes”, e em perigo, quando os casos de morte não sobem significativamente. Os gráficos valem por discursos.

Não ignoramos que a América Latina (com uma medicina plasmada sobre o modelo dos países ricos) diverge dos outros congéneres pobres, tal como não ignoramos que a Suécia não seguiu os cânones da medicina “dita científica” na abordagem à Covid-19. Uma pergunta importa lançar para a discussão: se a vacinação natural funciona, porque razão se admite que não há saída sem os milhares de milhões entregues à Big Pharma. Ou será que a “coligação alarmista” desconhece que os fabricantes de medicamentos são os mesmos que fabricam, igualmente, as armas e que, por conseguinte, necessitam de guerras para superar os objetivos dos seus milionários negócios?

Ora se o vírus é o mesmo porque há mais mortes nos países ricos? Haverá interesse em não cuidar das pessoas (como fizeram a generalidade dos países pobres) para se “diabolizar” à vontade o SarsCov2 e pôr toda a gente a ansiar pela vacina dos milhares de milhões para a Big Pharma? Não receámos os polícias-censores do “regime” antigo e não vemos como nos conformaríamos com a atual passividade da Academia portuguesa que deixou de alertar para as vias de gestão racionais e não para deixar livre curso às soluções míticas.

 

Degradação do SarsCov2: novas más notícias para os fautores do alarmismo

Não é só de gestão de uma pandemia que se trata; o vírus encontra-se em profunda mutação, como demonstram investigadores de Singapura[6] em linha com a da equipa do Prof. Didier Raoult da Universidade de Aix-Marseille. Os autores anunciam ao mundo que o gene ORF8 se encontra em degradação contínua. Ora, foi com o mesmo gene que, com a sua desagregação, em 2004, provocou o desaparecimento do SarsCov1. O atual vírus mantém a contagiosidade, mas perdeu já muita da sua virulência. Continuará a perdê-la? Não se trata de adivinhar, mas o caso da Suécia permite, mais uma vez manter a problematização, e o otimismo.

Com tal evolução, que os nossos comentadores não “acompanham”, como se compreende a expectativa de piores dias?

Apreciem-se os gráficos seguintes que retiramos do General Dominique Delawarde[7] e atente-se na necessidade de ter de fazer-se uma grande ginástica intelectual para não ver o que um qualquer estudante liceal poderá deduzir se se lhe proporcionar a ocasião de comparar os dois elementos da reflexão.

Questionem-se os estudantes: muitíssimos mais casos (sempre a subir) e muitíssimas menos mortes (do que na fase aguda), tem como resultante uma situação que piora? Verdadeiro ou Falso? Qual seria a resposta? (…).

Gráfico nº 4 – Muitas mortes poucos testes vs poucas mortes muitos testes

Atente-se numa evidência que o quadro sublinha: em março, abril e maio a comunicação diária das autoridades de saúde e dos media assentava no número de mortes; agora que o número de mortes não sobe a gravidade da situação passa a depender do número de casos, a enorme maioria assintomáticos. Muda-se de critério à medida que o anterior deixa de dar jeito.

Fazemos uma comparação com as taxas de “contágio” e com a taxa de mortalidade em França, 528 mortes p/milhão de habitantes, contra 223 – em Portugal. Desde o início da crise parece-nos ser a França o país que serve de referência ao governo português. Este, imita tudo o que aqueles fazem, pelo que de pouco valerão as opiniões dos nossos comentadores. Mas, se acham que sim, continuem até que os franceses mudem, já que o número de mortes não sobe e não tardarão a dar-se conta da contradição!

É obvio que esta é uma “vaga” derivada da multiplicação de testes e dos ciclos a que é submetida a amostra nasofaríngea. Uma outra questão se coloca: se toda a gente se quer testar, tal o medo que infundem, fica difícil a deteção atempada das pessoas fragilizadas. Em favor dessas sim, não poderia haver perdas de tempo, nem a fazer testes, nem a extrair os resultados nem, sobretudo, a cuidá-las. Dispersa-se a atenção e descuida-se o cuidado, podendo ocorrer mortes por atraso nos tratamentos face à janela de oportunidade que o vírus oferece. Para contextualizar a situação, sublinhe-se que a canícula estival matou mais pessoas, em França, do que a Covid-19, sem que ninguém tenha dito nada.

Gráfico nº 5 – Vaga única e réplicas possíveis

A iminência (sempre adiada) da segunda vaga

A hipótese de uma segunda vaga em França fica, daquele ponto de vista, esvaziada, sem apelo. Mas o caso sobre o qual os “tremendistas” não querem, sequer, ouvir falar não é tanto destes números, mas do “laboratório” que a Suécia constitui. Não há, porém, como fugir dele!

O drama, para estes senhores, é que a Suécia não é um país de Vénus ou de Marte. Parafraseando Galileu, a Suécia existe e apresenta números (…). Assim, de pouco valerá o silenciamento programado dos que desde o início denunciam a gestão amadorística do governo (para lhe não chamar outro nome). Havendo uma exceção da dimensão da Suécia, a hipótese da “tremenda” e “propagandeada” segunda vaga, não encontra o seu espaço vital.

A propósito, porque não se pede ao PM (ou ao seu braço direito) que comente os gráficos que acompanham este texto!?

Fica patente, assim, a superioridade da gestão da pandemia pelo modelo organizacional sueco e esperamos que alguém se lembre de perguntar aos nossos governos em nome de que interesses arrasaram a economia e lançaram o país na maior crise da sua história moderna. Em defesa do povo não foi, com certeza.

Como Galileu alertava, dizíamos, a Suécia, existe. Os países “confinantes” não só não fizeram melhor do que aquele país nórdico, no domínio da mortalidade, como não conseguem, agora, controlar o vírus, como se vê.

O vírus seguirá o seu curso e apenas a propaganda do “regime” consegue ver méritos na “mascarada” e na “responsabilização” dos jovens ou dos negócios que, forçados a reduzir a atividade, vão definhando, em nome de nada. É evidente que se não puder circular, o vírus contactará as pessoas numa segunda oportunidade, que não numa segunda vaga.

Não vemos como se pode fugir ao óbvio. Se a Suécia não mostra acréscimo de mortalidade, temos de concluir que o vírus matou, numa fase inicial, muita gente confinada em lares, como tem continuado a acontecer entre nós, por exemplo. Mas, uma segunda vaga? Com os números do gráfico seguinte, nem um poder político hábil no controlo dos “media” tem o poder de a decretar. Terá que ficar-se por uma manifestação de durável veia propagandística!

Podem, assim, empobrecer o país, mas o PM e o PR não mudarão a história do desastre. Este terá que ser atribuído à gestão da crise, não ao vírus.

Gráfico nº 6 – Número de mortes por milhão de habitantes na semana de 10 de outubro (altura em que alarido recomeçou em força), em alguns países europeus face ao que se passa na Suécia

 

Insistimos! Não virem a cara aos gráficos[8] e não imitem os saudosistas de um regime que negava o valor da governação que divergisse da doméstica. O gráfico seguinte vale por muitas horas de propaganda televisiva!

 

Gráfico nº 7 – Confinamento e atual suto de mortalidade em quatro países comparáveis (desenvolvimento económico, sistemas de saúde, etc.)

A “superioridade” da governação dos países “tremendistas”, entretanto, não pode ser mais contrastante com a “(des)cuidada” Suécia (sem máscaras!?, onde já se viu tal!?), um país com toda a economia a funcionar. Onde está o fundamento do receio generalizado pela chegada da “tal” segunda vaga, que, entretanto, finta sistematicamente os nossos comentadores, transformados em guarda avançada do governo, aliado objetivo de interesses “inconfessáveis”.

Gráfico nº 8 – valores para o surto atual de mortes para os mesmos países.

Peçam, por favor, aos governos “tremendistas que apresentem os números equivalentes aos do gráfico seguinte, da Suécia, para que possamos ver se a curva de mortalidade se mantém dentro do esperado, mau grado o pico de mortalidade de março/abril, ou se existe, entre nós uma sobre-mortalidade devida ao medo e à concentração de meios unicamente na Covid-19, “para mostrar figura”.

Gráfico nº 9 – Suécia: Descontrolo inicial da mortalidade e curva normal em seguida

 

Quanto à evolução[9] dos últimos dias, quando se quer generalizar o confinamento, noturno, por enquanto, aqui fica uma outra perspetiva das duas formas de gerir uma epidemia: a sueca e a latina. Para quando, perguntamos, o reconhecimento de que falharam? Até quando pretendem que as pessoas aceitem ser tratadas como parvas, continuando a “pagar” a propaganda da segunda vaga?

Quanto mais o Estado intervém reforçando medidas de controlo gravosas para a economia mais a situação parece descontrolada.

Gráfico 10 – Discrepância nas duas formas de agir: França face à Suécia

 

Ainda iremos descobrir que se a Suécia escapa à “segunda vaga” é porque eles criaram uma campânula “de tipo marciano” que os faz escapar a essa terrível maldição que nos anunciam desde o início: que este seria um vírus diabólico, que ataca por vagas sucessivas. O leitor ajuíze se não é já tempo de dizer aos governantes “milagreiros” (e comentadores “acéfalos”) que o ridículo tem limites e que o tempo das narrativas salazaristas, do tipo das da guerra contra a União Indiana em dezembro de 1961, já não são aceitáveis! Que Salazar não quisesse aceitar a derrota e insistisse que se combatia vitoriosamente o inimigo quando já tudo terminara, contribuiu para definir o seu perfil de governante. Que se não aceite agora o erro, que se insista no erro de visão, terá porventura o mesmo efeito na versão dos historiadores deste período estranho e terrivelmente destruidor, a todos os títulos. Os leitores e os espectadores poderiam, entretanto, “comunicar” a esta “coligação alarmista (no mínimo poupando energia mal eles comecem a falar de Covid-19)”, que é chegado o tempo de deixarem os jornalistas de investigação ir ver o que se passa, fora da coutada em que não têm de se preocupar com o exercício do contraditório ou com o jornalismo de investigação, caminho seguido pelo coletivo do jornal francês “France Soir”. Esta mesma situação foi prevista pelo professor de medicina Johan Giesecke[10].

Algo, entretanto, começa a mudar. O jornal francês “Le Monde” (recorde-se que recebeu 4,5 milhões de €, de Bill Gates, no início da crise) publicou há três dias uma entrevista[11] que arrasa as autoridades e a sua gestão da pandemia. O curioso é que eles confirmem, como nós vimos dizendo, artigo após artigo, que a crise é organizacional. Nunca negámos que as pessoas frágeis estão expostas a um enorme perigo, com esta doença. Mas é na concentração de meios para este tipo de pessoas que todo o esforço devia ser feito (o que está longe de suceder como se vê nos lares, por exemplo), em lugar de querer mostrar trabalho, testando quem é saudável (para os confinar em seguida) e, quem sabe, no futuro, testando “os cães e os gatos”, em troca de votos para um qualquer orçamento.

Falar claro

Estamos em presença da 10ª causa de morte e isso justifica a destruição da economia? O que faria este governo com uma epidemia a sério, tipo ébola com 30% a 50% de mortalidade: programava um suicídio coletivo? Mas regressemos ao país de controlo.

Gráfico 11 – Mortes por Covid-19 nos E.U.A, U.E. e Suécia

 

Existe, ou não, mais do que uma forma de gerir uma pandemia? Seguiu-se atrás da melhor ciência? Só se se tratava de seguir a “ciência” pré-galilaica. Sejamos claros. A Suécia não foi atrás de pseudo-soluções experimentais. Se fosse hoje, o grande investigador do Renascimento não se deixaria impressionar pelos casos que nos anunciam todos os dias, mas apontaria a sua “luneta” para um lugar mais “cercano” do que a Lua (Suécia) e, mesmo que tivesse de ser entre dentes diria que aquele país nórdico se porta bem e não conhece nenhuma segunda vaga, vivendo tranquilamente com este pretenso “diabólico” vírus!

Assuma-se o erro, antes do desastre completo. Será dramática a situação do desacerto, quando este for assumido. Mas, não há alternativa! O país caminha para o “beco, de saída” para a cauda da UE, de onde apenas sairá quando outros mais pobres baterem à porta, com sucesso, terminadas as respetivas ilusões da dominância do estado sobre a economia. É que quando nos falam em confinamento para controlar o vírus devemos traduzir, por claro, que é necessário destruir emprego e empresas em nome de nada, porque o vírus continuará o caminho da imunização coletiva e nada o fará parar.

Reconhecemos, enfim, que o tom do artigo não é o mais cordial, mas a paciência começa a esgotar-se perante tanta passividade e tanta falta de atenção à realidade, definida por um vírus que apenas ocupa a 10ª posição, entre os que provocaram crises respiratórias severas desde o fim da II Grande Guerra. Vejamos, enfim, a relevância da mortalidade da Covid-19, quando os casos mais graves em todo o mundo se atenuam.

 

Tabela nº 2 – Relevância dos números da mortalidade (Covid-19) – dados de 24/10

Relevância dos números da mortalidade da doença, no mesmo período (em cerca de 10 meses), e como se distribuem os 48 milhões, ordenados, por referência às causas de morte:

13,2 milhões de óbitos associados a patologias cardiovasculares;

9 milhões de óbitos associados à malnutrição;

6,7 milhões de óbitos associados a doenças cancerosas;

4,1 milhões de óbitos associados ao tabagismo (recorde-se que 1,2 milhões morrem/ano por tabagismo passivo);

2,1 milhões de óbitos associados ao alcoolismo;

1,4 milhões de óbitos associados à sida;

1,4 milhões de óbitos associados à diabetes;

1,3 milhões de óbitos associados tuberculose;

1,2 milhões de óbitos associados à malária e à gripe sazonal (não esquecer que morrem por ano 2,56 milhões com infeções respiratórias vulgares)
10ª
1,15 mil óbitos associados à (leia-se com) Covid-19

Como é que a opinião pública não vislumbra que nos fizeram crer que a décima causa de morte, em 2020, tem mais importância que tudo o resto junto a ponto de mobilizar, inclusive, o conjunto dos recursos financeiros disponíveis. Pergunta-se, onde conseguiram chegar com todos estes meios?

Observe-se, no gráfico abaixo (Yinon Weiss), o que se passou nos EUA. Justifica-se a política do pânico? O que se visa? Quem se pretende diabolizar? O presidente? O sentido de humanidade não passa por estas opções.

Gráfico 12 – Mortes por Covid-19 nos E.U.A por grupo etário

A gestão das pandemias, como de tudo o resto, deve estar submetida ao duplo poder de proposta técnica e de decisão política, como é o caso sueco. O erro crasso dos povos latinos é que é o poder político que seleciona os técnicos que quer como assessores. E, essa pandemia não está prestes a mudar: ela continuará a fazer dos nossos países os pobres da UE.

Quanto à eficácia das máscaras, veja-se o gráfico (Yinon Weiss)!

Gráfico 13 – Número de casos Covid-19 com e sem máscara

Em síntese, tudo se resume a uma equação que consiste em dizer o seguinte: concentrar os testes em pessoas com sintomas; conseguir que os resultados dos testes se obtenham rapidamente; prescrever a medicação recomendada dentro da janela de oportunidade do vírus; diminuir a carga viral em circulação e controlá-la melhor. Querer controlar de maneira centralizada e a partir dos hospitais o surto é tarefa inglória, mas acarreta uma certeza é que a economia não retoma e a U.E. não vai ter euros suficientes para meter nas “bazuquinhas” com que se enganam os tolos, nos países que quiseram confiar e confinar sob os ditames da Big Pharma. Quem quiser entender que entenda.

 

 

Albino Lopes (Prof. Cat. Jubilado do ISCSP/ULisboa)

Luis Barrosa (Prof. do ISCE)

 

[1] Entretanto forçada a demitir-se por ter sido apanhada a despachar a nomeação do marido para um cargo de elevada importância numa Agência estatal sob sua tutela.
[2] https://hcqmeta.com. Veja neste site toda a magnitude dos estudos feitos em todo o mundo acerca da eficácia dos tratamentos recomendados pelo Prof. Didier Raoult.
[3] Ver o excelente vídeo de Alexandra Henrion-Caude: https://www.youtube.com/watch?v=3jhLNKXprDk

[4] https://odysee.com/@SilvanoTrotta:f/Ils-osent:5.
[5] Mortes por Covid-19, por milhão de habitantes, a nível mundial é de 147,5
[6] Barnaby E Young*, Siew-Wai Fong*, Yi-Hao Chan*, Tze-Minn Mak, Li Wei Ang, Danielle E Anderson, Cheryl Yi-Pin Lee, Siti Naqiah Amrun, Bernett Lee, Yun Shan Goh, Yvonne C F Su, Wycliffe E Wei, Shirin Kalimuddin, Louis Yi Ann Chai, Surinder Pada, Seow Yen Tan, Louisa Sun, Purnima Parthasarathy, Yuan Yi Constance Chen, Timothy Barkham, Raymond Tzer Pin Lin, Sebastian Maurer-Stroh, Yee-Sin Leo, Lin-Fa Wang, Laurent Renia, Vernon J Lee, Gavin J D Smith, David Chien Lye, Lisa F P Ng. (2020). Effects of a major deletion in the SARS-CoV-2 genome on the severity of infection and the inflammatory response: an observational cohort study; Lancet; 396: 603–11.
[7] https://infodujour.fr/territoire/monde.
[8] https://twitter.com/yinonw/status/1318043301740564482.
[9] https://jdmichel.blog.tdg.ch/
[10] Ver Jornal Público de 3 de maio de 2020.
[11] Le Monde, 22 oct. Propos recueillis par Hervé Morin et David Larousserie. Gestão governamental da Covid-19 em França: «Aucune leçon n’a été tirée de la gestion de la crise entre mars et mai». Trois sociologues, spécialistes des catastrophes analysent, dans un entretien au «Monde», les dysfonctionnements observés dans la réponse des pouvoirs publics à la pandémie. Os entrevistados são co-autores de livro muito atual, recentemente publicado: Bergeron, H., Borraz, O. Castel, P. et Dedieu, F. (2020). Covid-19, une crise organisationnelle; Les Presses de Sciences Po, 136 pages, 14 euros.

 

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