Bruninho

Acontece que uma parte dos apoiantes do Santos, que perdeu a partida, insultou e ameaçou o adepto de 9 anos, tentando mesmo tirar-lhe a camisola, que ele guardava, agarrada ao peito, como se fosse um tesouro.

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  • 12:29 | Quarta-feira, 17 de Novembro de 2021
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Bruninho é santista, adepto confesso do Santos, mas fã assumido de Jaílson, guarda-redes do Palmeiras.

No final do encontro entre as duas equipas, pediu a camisola ao seu ídolo, e guardou-a com a mesma devoção com que se reza a Deus, em horas de aflição. Os seus olhos iluminaram-se com o brilho do sonho concretizado.

 


 

Acontece que uma parte dos apoiantes do Santos, que perdeu a partida, insultou e ameaçou o adepto de 9 anos, tentando mesmo tirar-lhe a camisola, que ele guardava, agarrada ao peito, como se fosse um tesouro.

A intolerância, o despropósito, a agressividade tomam conta do desporto-rei, conduzindo a cenas absurdas, irracionais, fanáticas. E não só no Brasil.

A indústria do futebol, predadora de consciências e valores, leva a competição aos limites do insano e do selvagem, a milhas do que devia ser uma disputa renhida por títulos e vitórias, mas no respeito pelas escolhas e caminhos de cada um.

Às mãos de uma turbamulta, que se portou como uma horda de grunhos, sucumbiu o espírito do desporto como tempo e espaço de um confronto de talentos.

A bofetada de luva branca veio de Bruninho que, com a inocência dos anjos, explicou a normalidade do gesto que protagonizou. Infelizmente, e porque os fanáticos são todos cegos e surdos, talvez tenha valido de pouco a lição.

 

(Fotos DR)

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Publicado em Opinião