“Bangladesh-Paquistão-tretas-tretas-corrupção”…

O papagaio é tão cobiçado como desprezado, pois a sua cacofónica berraria, ao fim de uns tempos, leva os seus donos a tudo fazerem para dele se libertarem, sendo os jardins zoológicos o destino de muitos, onde acabam, também, por não colher a amistosidade das outras aves e demais fauna.

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  • 17:04 | Terça-feira, 18 de Novembro de 2025
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O papagaio é uma ave bonita. Vem dos trópicos onde o sol queima, o mar refresca e o céu, na sua cerúlea cor,  acalenta e aconchega.

O papagaio, pela sua notável capacidade de imitar a voz humana, é muito apreciado por aqueles que gostam de o ter num poleiro, anilha na pata, numa espécie de ventriloquismo pelo qual, sempre as mesmas, incansavelmente, repete uma “tretas”, geralmente de tipo brejeiro e de viela, que fazem o gáudio do seu dono e dos seus convivas que, entre uns canadões de briol e umas pataniscas de bacalhau, com sonoros arrotos pontuam a lírica loa do “loiro”.

Coloridos e dotados de alguma inteligência, vivem de 30 a 80 anos e carecem de constante estimulação, aborrecendo-se com extrema facilidade o que os leva a comportamentos problemáticos tais como aguda gritaria, automutilação e perigosa agressividade. São exageradamente barulhentos e os seus poderosos gritos, por vezes, tornam-se insuportáveis.

O papagaio é tão cobiçado como desprezado, pois a sua cacofónica berraria, ao fim de uns tempos, leva os seus donos a tudo fazerem para dele se libertarem, sendo os jardins zoológicos o destino de muitos, onde acabam, também, por não colher a amistosidade das outras aves e demais fauna.


Ao repetir o mesmo disco, como se ele estivesse rachado ou tivesse a agulha empenada, o seu circense número, torna-se num insuportável enfado.

Conheço um papagaio que no seu psitacismo passa o dia a berrar “Bangladesh-paquistão”; “Bangladesh-paquistão”; “Bangladesh-paquistão”; “tretas-tretas” ; “corrupção”

E há quem goste!

 

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Publicado em Opinião