O papagaio é uma ave bonita. Vem dos trópicos onde o sol queima, o mar refresca e o céu, na sua cerúlea cor, acalenta e aconchega.
Coloridos e dotados de alguma inteligência, vivem de 30 a 80 anos e carecem de constante estimulação, aborrecendo-se com extrema facilidade o que os leva a comportamentos problemáticos tais como aguda gritaria, automutilação e perigosa agressividade. São exageradamente barulhentos e os seus poderosos gritos, por vezes, tornam-se insuportáveis.
O papagaio é tão cobiçado como desprezado, pois a sua cacofónica berraria, ao fim de uns tempos, leva os seus donos a tudo fazerem para dele se libertarem, sendo os jardins zoológicos o destino de muitos, onde acabam, também, por não colher a amistosidade das outras aves e demais fauna.
Ao repetir o mesmo disco, como se ele estivesse rachado ou tivesse a agulha empenada, o seu circense número, torna-se num insuportável enfado.
Conheço um papagaio que no seu psitacismo passa o dia a berrar “Bangladesh-paquistão”; “Bangladesh-paquistão”; “Bangladesh-paquistão”; “tretas-tretas” ; “corrupção”…
E há quem goste!