Atenção

Mas ontem, dia 16 de Fevereiro, aqui no Distrito, em Vale de Madeiros, na União dos Concelhos de Canas de Senhorim e Nelas, um cidadão decidiu, por causa de umas partilhas que provavelmente considerava injustas, deitar fogo ao pouco que tinha e receber a tiro quem quer que fosse, incluindo os bombeiros que ali ocorreram, por solicitação de alguém, para apagar o que ele achava que devia reduzir a cinzas.

  • 18:21 | Quinta-feira, 17 de Fevereiro de 2022
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Desde a pretérita Sexta-feira dia 11 de Fevereiro que muito se tem discutido violência. Isto porque no Porto vs Sporting houve trapalhada. Surpresa, drama, horror! Ninguém esperava, não é?

Mas ontem, dia 16 de Fevereiro, aqui no Distrito, em Vale de Madeiros, na União dos Concelhos de Canas de Senhorim e Nelas, um cidadão decidiu, por causa de umas partilhas que provavelmente considerava injustas, deitar fogo ao pouco que tinha e receber a tiro quem quer que fosse, incluindo os bombeiros que ali ocorreram, por solicitação de alguém, para apagar o que ele achava que devia reduzir a cinzas.

Seis feridos, 5 bombeiros e um guarda. Dois deles em estado grave e que esperamos que possam recuperar da melhor e forma possível e rapidamente.


Pertencem a uma casa onde estive como bombeiro durante 30 anos. Conheço-os relativamente bem e sei da atónita surpresa que deve ter sido para todos os envolvidos a inusitada atrocidade e os efeitos que isso terá em todos os que, de forma remunerada ou voluntária, têm a responsabilidade de nos tentar salvar das vicissitudes da vida. Em Canas de Senhorim e não só.

Caso esta situação se tivesse passado num raio de 50 quilómetros das redacções lisboetas, era certo que teríamos dias de análises e comentários ao que se passou. Como vivemos, de facto, num país diferente, a coisa já está mais ou menos encerrada. Compare-se a atenção mediática, por exemplo, com o caso do estudante “terrorista” com “plano” da FCUL.

Não deixa de ser revelador da sociedade que somos que uns empurrões lamentáveis no jogo de futebol entre um conjunto de milionários privilegiados mereça muito mais atenção mediática e reflexão do que um ataque a agentes de protecção civil e, portanto, à segurança comunitária.

Ninguém discutirá a protecção que o Estado providenciará às vítimas para além das obrigatórias presenças dos representantes das entidades e dos discursos de circunstância obrigatórios.

Ao menos que tudo corra pelo melhor ao Luís, ao Filipe e aos restantes.

 

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Publicado em Opinião