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As modernas vedetas

Não são cientistas, não são atletas, não são artistas, não são heróis, não são campeões, não são valentes, não são paladinos… São banqueiros fugitivos condenados por fraudes e roubos e políticos acusados de corrupção.

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    • 11:53 | Quarta-feira, 15 de Dezembro de 2021
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    Mudam-se os tempos mudam-se as vontades, escrevia Camões. De facto, os conceitos alteram-se com o passar do tempo. O caso das vedetas é disso exemplo.

    Uma vedeta era há bem pouco tempo alguém que se evidenciava por obras meritórias, por qualidades diferenciadoras, por genialidades distintivas.

    Camões bem sabia o que escrevia neste verso “Aqueles que por obras valerosas / Se vão da lei da morte libertando.”


    Hoje, as vedetas, aqueles sobre quem as primeiras páginas de jornais, revistas, televisões falam, as novas vedetas chamam-se Rendeiros, Pinhos e outros que tais.

    Não são cientistas, não são atletas, não são artistas, não são heróis, não são campeões, não são valentes, não são paladinos… São banqueiros fugitivos condenados por fraudes e roubos e políticos acusados de corrupção.

    Distinguem-se das vedetas antigas também neste ponto: As primeiras gostariam, em vão e no geral, de ver divulgados as suas obras, façanhas, recordes… as segundas abominam as televisões, de câmaras focadas nas algemas postas em pulsos antes adereçadas com pulseiras Cartier em platina e relógios Rolex em ouro.

    Se o crime compensa ou não só o tempo o dirá. Esta expiação pública é mais ou menos passageira e amanhã, ou num porvir próximo, umas quaisquer ilhas Cayman trarão o bálsamo que curará as feridas, a mais das vezes, dos egos megalómanos agora esvaziados.

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