Vivem com demência, no mundo, 55 milhões de pessoas. A cada três segundos, há um novo caso. Em Portugal, de acordo com os dados da Alzheimer Europe, serão cerca de 200 mil pessoas. Prevê-se um aumento significativo, atingindo 78 milhões em 2030 e 139 milhões em 2050. Uma autêntica bomba relógio para os sistemas de saúde e sociais.
Apelamos ao Governo que crie e implemente o Plano Nacional para as Demências. Portugal, subscreveu, em 2017, o Plano de Ação Global sobre a Resposta da Saúde Pública à Demência (2017–2031), adotado universalmente pelos Estados-Membros da OMS, comprometendo-se com 7 áreas de ação: tornar a demência uma prioridade de saúde pública; aumentar o conhecimento e a consciencialização; reduzir o risco; diagnosticar, tratar e gerir; dar suporte aos cuidadores; sistemas de informação, pesquisa e inovação.
Não devemos encarar a demência como uma fatalidade, podemos preveni-la. Um artigo publicado na revista The Lancet (2024), demonstra que 45% do risco de desenvolver esta doença depende de fatores de risco modificáveis: obesidade, isolamento social, consumo excessivo de álcool; hipertensão; tabaco; diabetes; depressão; traumatismo craniano; perda de audição; colesterol elevado.
É fundamental fazer da prevenção a estratégia prioritária; em linha com as conclusões do ensaio clínico finlandês FINGER que estudou o impacto da adoção de um estilo de vida saudável, alicerçado na prática de atividade física regular; dieta mediterrânica; interação social… Em linha com estes pressupostos, investimos, em Viseu, numa estrutura focada na prevenção das doenças neurológicas – LONGEVIDADE: CENTRO PARA A QUALIDADE DE VIDA – que abriu as portas à comunidade em setembro, mês que marca o 14º aniversário da Campanha Mundial Mês Mundial de Alzheimer, organizada pela ADI[1], à qual nos associamos para consciencializar a comunidade e combater o estigma.
Este ano é muito especial, abrimos, no FORUM Viseu, o Espaço ID Memória Futura que, em parceria com a Associação Cultural Intruso, oferece, uma agenda vasta de atividades, com destaque para a performance e documentário DESAIO que resulta de um trabalho artístico com pessoas com demência e cuidadores. Um exemplo da importância da reabilitação, uma dimensão muito relevante no tratamento da demência, tal como sistematiza e evidencia o Relatório Mundial sobre Alzheimer de 2025: “Reimaginando a vida com demência – o poder da reabilitação”.
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[1] Alzheimer´s Disease International