A urgente reforma da educação

O investimento mais importante que podemos fazer é na educação. É inaceitável que o país desista, como desistiu, do seu sistema educativo e se manifeste incapaz de honrar o compromisso que tem com a sua população jovem: garantir uma educação gratuita, da mais alta qualidade (científica, humana, civilizacional, etc.), para todos os cidadãos.

  • 23:28 | Quarta-feira, 17 de Janeiro de 2018
  • Ler em 2 minutos

O investimento mais importante que podemos fazer é na educação. É inaceitável que o país desista, como desistiu, do seu sistema educativo e se manifeste incapaz de honrar o compromisso que tem com a sua população jovem: garantir uma educação gratuita, da mais alta qualidade (científica, humana, civilizacional, etc.), para todos os cidadãos. O que observamos nas escolas, um pouco por todo o país, não é nada disso:

É urgente resolver o problema do concurso dos professores. Não faz sentido deslocar pessoas e famílias em função de um concurso que é cego às necessidades das escolas, não avalia os resultados das aprendizagens e é indiferente aos docentes.

É urgente realizar um mecanismo de avaliação de professores que tenha consequências na sua carreira e no seu precursor profissional. É absolutamente inaceitável que o desempenho dos professores não seja avaliado e não sejam detetados, com a máxima celeridade, desvios que prejudiquem fortemente os alunos e a sua formação.
É urgente reforçar o estatuto social dos professores, reforçando a sua imagem na sociedade como elementos essenciais ao futuro do país.


É urgente melhorar a retribuição financeira dos professores, pois realizam uma tarefa central na vida do país e têm sobre as suas costas a obrigação e responsabilidade de ensinar, acompanhar e moldar as gerações do futuro.
É urgente que as turmas sejam muito mais pequenas. É inaceitável que as turmas de 1º ciclo, por exemplo, tenham mais de 25 alunos. O número mais razoável seria 15-20 alunos por sala.

É urgente dar mais autonomia às escolas, responsabilizando a respetiva direção e os órgãos da escola, de forma a que possam gerir, com mais eficácia, os recursos humanos e a sua organização interna. As escolas devem ser obrigadas a publicar os relatórios de gestão, mapa de recursos humanos e uma análise exaustiva dos resultados obtidos.

É urgente garantir que todos têm acesso aos materiais necessários, em função das capacidades financeiras da família. Não defendo que o Governo ofereça livros e materiais didáticos, mas antes que garanta, de acordo com as possibilidades de cada família, que o acesso a esses materiais se faz sem grande esforço.
É urgente garantir que as escolas têm recursos, financeiros e humanos, que permitam acompanhar os alunos de forma a garantir que atingem os objetivos definidos, reforçando a motivação para estar na escola, a atitude de esforço para atingir objetivos e a autoconfiança.

É urgente complementar as matérias oficiais com outros interesses, como ciência, música, literatura, artes, etc. Essas atividades devem fazer parte de oficinas temáticas que devem estar incluídas no horário de cada aluno.

É urgente garantir que os alunos têm pausas diárias na atividade letiva e que essas pausas são escrupulosamente cumpridas.

É urgente realizar ensino bilingue em todas as escolas do país. O mundo em que vivemos exige a capacidade de dominar várias línguas com a mesma destreza com que dominamos a língua materna. Nessa perspetiva, os alunos devem ser treinados a usar outra língua, para além da materna, desde tenra idade.

O problema da escola em Portugal é um problema de avaliação e gestão de recursos, tendo como objetivo garantir, sem nenhuma exceção, ensino da mais alta qualidade para todos os alunos. Adiar as reformas que são necessárias para garantir estas mudanças é inaceitável e uma forte razão de subdesenvolvimento. Delegar a organização das escolas às câmaras municipais é inventar mais um problema que dificultará a vida nas escolas.

Gosto do artigo
Publicado por
Publicado em Opinião