A mim não me enganas tu…

O enriquecimento ilícito, no exercício de funções públicas, é uma mancha. Arranjem lá maneira de pôr na ordem quem exibe sinais de riqueza não compatíveis com as suas remunerações. Se os partidos não se puserem todos de acordo no combate tenaz à ocultação de rendimentos indevidamente recebidos, é porque têm algo a temer ou a esconder. Quando se quer, alcança-se.

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  • 12:04 | Quinta-feira, 22 de Abril de 2021
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Não quero saber de querelas jurídicas e de artifícios técnicos. No momento, é o que menos importa. Prefiro que os pensadores e os que se fazem passar por tal, alcancem um consenso em redor de um tema que a todos incomoda, excepto àqueles que dos seus resultados beneficiam.

Arranjem os parlamentares forma de tornear o Cabo Bojador, figura mítica em que, propositadamente, se transformou o problema da inversão do ónus da prova. Encontre-se forma de tornear as objecções colocadas pelo TC. Que os partidos deixem as trincheiras ideológicas em que se balcanizam e desistam das barragens que constroem para represar a solução.

O enriquecimento ilícito, no exercício de funções públicas, é uma mancha. Arranjem lá maneira de pôr na ordem quem exibe sinais de riqueza não compatíveis com as suas remunerações. Se os partidos não se puserem todos de acordo no combate tenaz à ocultação de rendimentos indevidamente recebidos, é porque têm algo a temer ou a esconder. Quando se quer, alcança-se.


É uma vergonha que, quase 50 anos passados sobre o dia anunciado como redentor, sobre dinheiros e corrupção nada se tenha feito. A justiça é uma calamidade e os intrujões riem-se. A continuar-se assim, neste protectorado do compadrio e dos esquemas, Portugal torna-se um país sujo e um paraíso para os vigaristas.

Não há circo que sobreviva com tanta palhaçada às escâncaras. Daí que comece a acreditar na necessidade urgente de um projecto reabilitador para Portugal. E talvez a meter-me nele.

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Publicado em Opinião