A maré dos indiferentes

Os tempos são de imediatismo e pouco propícios à percepção de substractos acamados e resguardados pela areia do tempo ou manipulação humana.

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  • 11:36 | Quarta-feira, 25 de Novembro de 2020
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Descer ao âmago dos factos é um penitente e paciente labor. Vivemos colados a realidades inquestionadas. Por vezes herdadas com candura de transmissão; outras, com malévola perfídia.

Quando as questionamos, não as aceitando por comodismo, encontramos lentes prismáticas que nos proporcionam enfoques muito plurais e por vezes assaz estranhos. Alguns assustadores.

Investigar, estudar, pesquisar e… descobrir indícios que nos levam por outras sendas.


Os tempos são de imediatismo e pouco propícios à percepção de substractos acamados e resguardados pela areia do tempo ou manipulação humana.

Também se aprende o acriticismo e desaprende o aprofundamento, num desinteresse por tudo que não seja descartavelmente efémero.

Parece que o homem se desprende da(s) verdade(s), na aceitação tácita do “prêt-à-porter” pré-fabricado por quantos aproveitam com inteligência essa maré dos indiferentes. Uma ínfima minoria.

Kafka tinha lúcida razão… Broch e Musil também. E avisaram dos riscos daí advenientes.

Mas ninguém os ouviu com atenção…

 

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Publicado em Opinião