A Plataforma Já Marchavas juntou-se ao movimento a nível nacional de solidariedade com a Flotilha Global “Sumud” (“perseverança” em árabe) pintando um mural, junto à esquadra da PSP, em Viseu. O objectivo é levar ajuda humanitária a Gaza e romper o bloqueio ilegal com cerca de 40 barcos e 400 passageiros de 44 nacionalidades, incluindo médicos, actores como Sofia Aparício, a activista climática sueca Greta Thunberg, o deputado sul-africano Mandla Mandela (neto de Nelson Mandela) e a deputada portuguesa Mariana Mortágua.
O barco com bandeira portuguesa onde seguiam, entre outros, Sofia, Mariana e Miguel Duarte, foi atacado por um drone que lançou um engenho explosivo. No dia seguinte, outro drone atacou o barco “Alma”, com bandeira do R.U.
Nas duas últimas tentativas para levar ajuda humanitária por mar à Faixa de Gaza, em Junho e Julho, os barcos “Handala” e “Madleen” foram atacados em águas internacionais e os seus tripulantes e passageiros detidos e deportados. Em 2010, a flotilha humanitária que levava ajuda solidária para Gaza foi atacada por Israel que provocou 10 mortos e dezenas de feridos.
Todos os que embarcaram na Flotilha sabiam destes riscos, mas sentiram que tinham de fazer o que os covardes governos europeus se recusam a fazer, governos que, excepto o de Espanha até certo ponto, continuam a ser cúmplices com o governo genocida de Israel.
Israel deteve as mais de 400 pessoas dos barcos da Flotilha (só um conseguiu furar o bloqueio), porque tanto a fragata espanhola como as duas fragatas italianas ficaram paradas a 150 milhas da costa de Gaza, que Israel considera ser o limite das águas por si controladas. Ora, tanto a Faixa de Gaza como as suas águas territoriais estão a ser ocupadas ilegalmente, segundo o direito internacional, logo, Israel está a cometer um crime e os governos de Itália e Espanha (sobretudo o de Sanchez que já reconheceu o Estado da Palestina) ao não agirem para garantir a segurança dos seus conterrâneos e dos restantes passageiros e tripulantes da Flotilha, e ao invés instarem-nos a abandonar a missão, continuam a ser cúmplices do governo genocida.
Pior só mesmo o governo português. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rangel, recusou protecção aos portugueses que seguiam na Flotilha e não a exigiu ao embaixador de Tel Aviv; o ministro Nuno Melo foi mais longe e acusou-os de estar ao serviço do Hamas. O mesmo Nuno Melo que terá autorizado a passagem pela Base das Lajes, nos Açores, de caças F-35 vendidos pelos EUA a Israel, violando o embargo que o seu próprio governo decretara. Tem de ser demitido!
Entretanto, quase um milhão de pessoas exigiram à FIFA para expulsar Israel do Mundial de Futebol. Espanha, Irlanda, Países Baixos, Eslovénia e Islândia já anunciaram que não participarão no Festival Eurovisão da Canção se Israel não for suspenso.
Foram muitas as organizações e pessoas que protestaram contra a realização do Festival “Anta Gathering”, em Antas de Baixo (Manhouce), organizado por israelitas sionistas, junto da Câmara Municipal de São Pedro do Sul que não licenciou a realização deste festival. Foi uma pequena vitória da mobilização cidadã de solidariedade com a Palestina
Em Viseu, dezenas de cidadãos junto à meta da Volta em Portugal em Bicicleta, manifestaram-se contra a participação da equipa Israel-Premier Tech, que tem financiadores sionistas. E se em Portugal a mobilização não teve grande consequência, já os espanhóis obrigaram à anulação da última etapa da Vuelta, em Madrid. A equipa israelita anunciou que iria retirar do nome a palavra “Israel”. Um subterfúgio para escapar à suspensão pela União Ciclista Internacional, como as equipas russas e bielorrussas.
Juntemos a nossa voz ao apelo de Greta Thunberg aos governos ocidentais: “Acabem com a vossa cumplicidade com este genocídio, sejam humanos!”