A cumplicidade do governo com o genocídio aumenta

Pior só mesmo o governo português. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rangel, recusou protecção aos portugueses que seguiam na Flotilha e não a exigiu ao embaixador de Tel Aviv; o  ministro Nuno Melo foi mais longe e acusou-os de estar ao serviço do Hamas. O mesmo Nuno Melo que terá autorizado a passagem pela Base das Lajes, nos Açores, de caças F-35 vendidos pelos EUA a Israel, violando o embargo que o seu próprio governo decretara. Tem de ser demitido!

Tópico(s) Artigo

  • 15:18 | Sexta-feira, 03 de Outubro de 2025
  • Ler em 3 minutos

A Plataforma Já Marchavas juntou-se ao movimento a nível nacional de solidariedade com a Flotilha Global “Sumud” (“perseverança” em árabe) pintando um mural, junto à esquadra da PSP, em Viseu. O objectivo é levar ajuda humanitária a Gaza e romper o bloqueio ilegal com cerca de 40 barcos e 400 passageiros de 44 nacionalidades, incluindo médicos, actores como Sofia Aparício, a activista climática sueca Greta Thunberg, o deputado sul-africano Mandla Mandela (neto de Nelson Mandela) e a deputada portuguesa Mariana Mortágua.

O barco com bandeira portuguesa onde seguiam, entre outros,  Sofia, Mariana e Miguel Duarte, foi atacado por um drone que lançou um engenho explosivo. No dia seguinte, outro drone atacou o barco “Alma”, com bandeira do R.U.

Nas duas últimas tentativas para levar ajuda humanitária por mar à Faixa de Gaza, em Junho e Julho, os barcos “Handala” e “Madleen” foram atacados em águas internacionais e os seus tripulantes e passageiros detidos e deportados. Em 2010, a flotilha humanitária que levava ajuda solidária para Gaza foi atacada por Israel que provocou 10 mortos e dezenas de feridos.


Todos os que embarcaram na Flotilha sabiam destes riscos, mas sentiram que tinham de fazer o que os covardes  governos europeus se recusam a fazer, governos que, excepto o de Espanha até certo ponto, continuam a ser cúmplices com o governo genocida de Israel.

Israel deteve as mais de 400 pessoas dos barcos da Flotilha (só um conseguiu furar o bloqueio), porque tanto a fragata espanhola como as duas fragatas italianas ficaram paradas a 150 milhas da costa de Gaza, que Israel considera ser o limite das águas por si controladas. Ora, tanto a Faixa de Gaza como as suas águas territoriais estão a ser ocupadas ilegalmente, segundo o direito internacional, logo, Israel está a cometer um crime e os governos de Itália e Espanha (sobretudo o de Sanchez que já reconheceu o Estado da Palestina) ao não agirem para garantir a segurança dos seus conterrâneos e dos restantes passageiros e tripulantes da Flotilha, e ao invés instarem-nos a abandonar a missão, continuam a ser cúmplices do governo genocida.

Pior só mesmo o governo português. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Rangel, recusou protecção aos portugueses que seguiam na Flotilha e não a exigiu ao embaixador de Tel Aviv; o  ministro Nuno Melo foi mais longe e acusou-os de estar ao serviço do Hamas. O mesmo Nuno Melo que terá autorizado a passagem pela Base das Lajes, nos Açores, de caças F-35 vendidos pelos EUA a Israel, violando o embargo que o seu próprio governo decretara. Tem de ser demitido!

Entretanto, quase um milhão de pessoas exigiram  à FIFA  para expulsar Israel do Mundial de Futebol. Espanha, Irlanda, Países Baixos, Eslovénia e Islândia já anunciaram que não participarão no Festival Eurovisão da Canção se Israel não for suspenso.

Foram muitas as organizações e pessoas que protestaram contra a realização do Festival “Anta Gathering”, em Antas de Baixo (Manhouce), organizado por israelitas sionistas, junto da Câmara Municipal de São Pedro do Sul que não licenciou a realização deste festival. Foi uma pequena vitória da mobilização cidadã de solidariedade com a Palestina

Em Viseu, dezenas de cidadãos junto à meta da Volta em Portugal em Bicicleta, manifestaram-se contra a participação da equipa Israel-Premier Tech, que tem financiadores sionistas. E se em Portugal a mobilização não teve grande consequência, já os espanhóis obrigaram à anulação da última etapa da Vuelta, em Madrid. A equipa israelita anunciou que iria retirar do nome a palavra “Israel”. Um subterfúgio para escapar à suspensão pela União Ciclista Internacional, como as equipas russas e bielorrussas.

Portugal reconheceu o Estado da Palestina demasiado tarde, quando já está transformado num imenso cemitério, e depois de décadas de cumplicidade, ao lado dos EUA e da UE, com os inúmeros massacres israelitas até ao actual Genocídio, de que continuarão cúmplices enquanto não decretarem sanções e cortarem relações diplomáticas e comerciais com o governo de Netanyahu, responsável por mais de 65.000 mortos, a maioria mulheres e crianças.

Juntemos a nossa voz ao apelo de Greta Thunberg aos governos ocidentais: “Acabem com a vossa cumplicidade com este genocídio, sejam humanos!

 

 

 

Gosto do artigo
Palavras-chave
Publicado por
Publicado em Opinião
4