A Cidade de Casas Inacessíveis

  O preço dos imóveis, principalmente nos centros do Porto e Lisboa, tem tido uma subida agravada nos últimos anos.  O aumento da procura dos turistas e dos investidores estrangeiros fizeram-no subir 5,5 % só no último ano, comprova-se a teoria do económico, Adam Smith “quanto maior a procura maior será a oferta”. Contudo, os […]

  • 11:47 | Quarta-feira, 11 de Abril de 2018
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O preço dos imóveis, principalmente nos centros do Porto e Lisboa, tem tido uma subida agravada nos últimos anos. 

O aumento da procura dos turistas e dos investidores estrangeiros fizeram-no subir 5,5 % só no último ano, comprova-se a teoria do económico, Adam Smith “quanto maior a procura maior será a oferta”.


Contudo, os portugueses não têm poder de compra que acompanhe a inflação imobiliária.  Consequentemente, desistiram de viver nos centros da cidade e optaram pelos bairros periféricos / suburbanos, que rondam as grandes cidades do país.

 

Um T0, no centro e arredores da cidade de Lisboa, ronda os 1.000 euros. Os mesmos, estão a ser comprados por chineses, angolanos e brasileiros, prevendo-se que em pouco anos se tornem os donos de praticamente todo o imobiliário do centro da cidade.

É imperioso que o setor imobiliário abandone uma lógica meramente especulativa, centrada apenas no produto, o elevado valor da aquisição, mas sim recentrada no utilizador final do imóvel.  E que o Estado, em colaboração com as respetivas autarquias, crie objetivos e programas que permitam mais habitações nos centros da cidade, atrativas a nível económico-financeiro. Uma urgente correção desta assimetria no mercado imobiliário, permitirá não ser apenas  um produto “interessante” para estrangeiros com elevado poder de compra, mas também para os portugueses.

O poder do capitalismo não tem pátria nem lugar para se instalar, contudo é necessária uma atitude de impacto e solução por parte daqueles a quem foi delegada competência para o fazer. Um proprietário de um imóvel não vê nenhuma vantagem nem qualquer lógica em arrendar uma casa por um preço mais baixo só porque tem uma diminuição do imposto, IMI, quando pode lucrar muito mais através de um valor estapafúrdio pela renda. 

Ainda noutra linha de pensamento, mas também a nosso ver válida, é necessário criar condições que permitam o investimento no interior, a descentralização, com mais oferta de emprego, o que levaria, por seu turno, à procura de imobiliário nesses territórios de baixa densidade, tanto por partes dos estrangeiros como dos portugueses, onde os imóveis existem em quantidade, depreciados devido ao abandono e ao recuo demográfico, afetados também com a crise das hipotecas dos últimos anos.

Até onde se pode estender perniciosamente a inflação imobiliária? Quando é que a “nossa” bolha vai rebentar? Não tiramos ilações do passado próximo e o seu “crash”?

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